São
Genaro
Conto Coletivo elaborado em sala:
Sergio Dalla Vecchia, Suzana da Cunha Lima e
Maria Luiza C Malina.
Conheço Genaro há muito tempo. Só frequenta o
boteco do Chicão, sempre na mesma mesa e pedindo as mesmas coisas: primeiro, a
cachaça, a boa, que ele sabe que o Chicão guarda a sete chaves, embaixo do
balcão, e depois, para acompanhar a
linguiça calabresa bem apimentada, assada no álcool. Isso é para abrir o apetite,
deixá-lo pronto para o principal, que, como sempre, era a costela no bafo,
especialidade da casa, cujo cheiro era sentido ao longe.
Naquela tarde, estava seguindo o mesmo
ritual, quando, de repente, aparece à
sua frente, uma mulher que jamais havia frequentado o bar: sensual, seios
fartos, do tipo gostosona, num vestido vermelho curto e justo.
Pela primeira vez, Genaro distraiu-se do que
comia, parou o garfo a caminho da boca, enquanto seus olhos grudaram naquele
monumento.
Não reparou que ela estava acompanhada de um
grandão, tipo lutador de UFC, encostado no balcão. Nem deu tempo de ele dizer a gracinha que já
estava na ponta da língua. Tomou um
amassa-brinco que fez rodar o garfo, a costela, e ele próprio caiu no chão, sem
saber direito o que estava acontecendo.
Só reparou que o fortão achegou-se à mulheraça, abraçou-a
apertado, deu-lhe um beijo comprido na boca e em seguida disse para ele, com ar
de deboche:
— Esta mulher tem dono, seu babaca!
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