QUE DIA!
Mario
Augusto Machado Pinto
Há ocasiões em que a pessoa tem vontade de
desaparecer, deixar tudo pra trás, sumir, ir sem saber pra onde buscando espaço
pra poder falar, achar ruim, gritar com o chefe ou com o marido, o namorado, o
amigo ou ela, a outra, seja quem for, e chutar
o pau da barraca, e todo mundo gritar de volta achando normal, não reclamar,
sorrir aprovando e comentar Tá cheio, mas
vai em frente. Isso passa! Não precisa apoiar, basta não achar ruim. Deixa
surfar. É formidável pra ver a expressão de surpresa, raiva, compaixão, amor,
ódio dos assistentes curiosos.
Pois
é, hoje era uma dessas ocasiões na vida do Fulano, boa pinta, amável,
prestativo, cumpridor, amigo de todo mundo (pouca gente achava isso sincero),
mas, enfim, um cara legal. Pois é...
Como
sei tudo isso? É por ser amigo de um amigo dele, o Sicrano. Foi por ele que tomei
gosto pela vida e milagre do Fulano. Sim, dele mesmo, e me tornei seu fã. Eu gosto de saber da vida dos outros, mas a do
Fulano, pra mim, é muito particular. Sou fuxiqueiro? Não, sou curioso.
Mas,
me dizem os amigos, esse intenso interesse pode se tornar algo doentio. Calma,
calma lá. Sei fazer e faço a separação das coisas. Esta observação contínua dos
atos e fatos da vida do Fulano tem objetivo claro e límpido: saber como é, como
funciona a cabeça dele diante das alegrias e tristezas do dia a dia. Sei que só
isso não justifica. Certo e deixo claro: essa observação constante, continua
dos acontecimentos, dos fatos da vida do Fulano são os elementos que embasam
minha tese de Graduação sobre o comportamento humano no meu curso na Academia
de Polícia.
Servirá
pra prender bandido?
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