A MULHER DE BRANCO - Jeremias Moreira

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A MULHER DE BRANCO
Jeremias Moreira

Gata mulher de branco!

Usava um vestido branco. Simples, mas encantador e provocante. Exibia um decote ousado que ressaltava os seios bronzeados e de onde saiam duas alças que prendiam com um lacinho, na nuca. O que lhe dava certa graça e um ar dúbio. Um misto de inocência com adequada malícia.

Ela chegou-se sem que eu me desse conta. Ansioso, olhava ao redor à sua procura quando a percebi parada, na minha frente, com olhar esmeralda cravado em mim. Não consegui articular uma palavra. O que fiz foi olha-la e desfrutar sua beleza.

Gata mulher de branco!

O saguão do hotel estava coalhado de congressistas. De repente o burburinho cessou. Fez-se o silêncio típico da hipnose coletiva. E vi um grupo de homens enfeitiçados pela exuberância de uma mulher.

Meu tolo orgulho de macho se manifestou e sorri jubiloso. Ela era de uma beleza transcendente e estava ali por mim e para mim.

Senti nos olhares daqueles homens que cada um daria a vida para estar em meu lugar.

Gata mulher de branco!

Delicadamente peguei-a pelo braço:  

Vamos sair daqui!

Acenei para o táxi e partimos.

Sempre me lembrarei daquela noite!

Em todos os lugares por onde passamos fui visivelmente invejado.

Tudo esteve incrivelmente perfeito. Inclusive nossa despedida, pela manhã!

Depois disso ela desapareceu e jamais tive nenhuma notícia.

Foi como uma brisa suave e boa que passou e deixou um frescor delicado armazenado, para sempre, na memória. 


Gata mulher de branco!

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