Heloisa e a Mãe Natureza.
Maria Luiza Malina
Heloisa concentrara seus estudos na
vida de Alexandre, o Grande. Após dois meses da graduação recebeu a proposta
inusitada em morar na Ancara, capital da Turquia. Preparava as malas quando se
descobriu grávida. Grávida de um relacionamento relâmpago em que o candidato a
pai de nacionalidade portuguesa, também estudava o tema de guerras para a
carreira diplomática. Não teria maiores problemas se, se ele não fosse
recém-casado.
Heloisa resolveu encarar os sete
meses pela frente, com o trabalho de pesquisadora à distância. Ao descobrir que
eram gêmeos foi prática. Tomou a decisão de entrega-los à adoção consciente. A
proposta foi aceita, e a procura pelos pais foi selecionada pela própria equipe
médica que, constatou a saúde e os antecedentes da mãe. A condição seria de que
ela sequer os olhasse no momento do nascimento.
Chegou o dia. Não só do nascimento
como da partida para Ancara. Na sua bagagem poucas roupas e o principal, o
passaporte. Os médicos em comum acordo com os futuros pais decidiram, através do
nome, por uma identificação caso surgisse algum problema futuro; um sigilo
profissional, em que as crianças seriam registradas com os sobrenomes das duas
famílias, como seus verdadeiros pais. A equipe médica resguardou-se no segredo
de que as crianças não eram gêmeas, tanto na parte burocrática quanto na
adoção.
Heloisa e mãe natureza mutuamente se
ajudaram. Dia 31 de dezembro às 23:55 minutos nasceu João Paulo e, nos
primeiros 00:06 minutos do novo ano nasceu Paula Joana. No final do dia um
jatinho a aguardava para uma nova vida na Turquia.
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