É OURO - M.Luiza de C.Malina


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É OURO
M.Luiza de C.Malina

Há alguns anos nas férias em família, resolvemos mudar o roteiro da viagem – Cataratas de Foz do Iguaçu. Os filhos estudavam o assunto no Colégio e não as conheciam.

Era o réveillon de 1991. Lá fomos nós. Dia de sol a pino. Estrada deserta. O asfalto se derretia nos pneus da D-20 cabinada, que engolia a quilometragem às pressas. As indicações de aldeias indígenas diminuíram a velocidade e, chamou a atenção dos filhos que não os conheciam em carne e osso.

- Olhe! Índios... Pare, papai.

Paramos no acostamento com a condição de que ninguém descesse. Os indiozinhos se achegaram com cestinhos, arco e flecha e alguns animais nativos, usados como brinquedo, o que encantou as nossas três crianças. Aguardávamos o troco das compras enquanto eles se entretinham com os bichinhos dentro do carro. Uma indiazinha ofereceu à Renata em seus 12 anos uma cestinha, olhava com alegria o presente, enquanto a menina apoiada no estribo do pick-up alisava a mecha dos longos cabelos loiros de Renata, em que o sol acentuava a cor. De repente a indiazinha gritou, puxando a mecha.

- É ouro!


Silenciamos. Apareceram índios por todos os lados... Uma troca de olhares apreensivos foi o suficiente. Meu marido engatou a primeira marcha, deixando o troco para trás. Foi só bicho pulando pelas janelas.

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