Doquinha
da Sé
Conto Coletivo elaborado em sala:
Jeremias Moreira
Carlos Cedano
José Vicente J. de Camargo
Juca saiu do escritório para um café no boteco
do Manoel na Praça da Sé. No primeiro gole se encosta nele uma mulata bem
dengosa, soltando um sorriso e um olhar convidativos. Ele, que estava “naquela”
com a mulher há dias em viagem, pergunta:
− A dondoca como se chama?
Ela se aconchega mais e responde:
− Doca, para os íntimos, Doquinha...
E ele retruca:
− E a Doquinha tá afim do que?
− De um drinque à meia-luz na pensão da
esquina...
O bate-papo é interrompido com um tapinha no
ombro de Juca por uma “perua” empetecada que alerta:
− Cuidado com essa “piranha”! É a maior
enroladora do pedaço...
Doquinha reage:
− Se manda daqui sua “velha coroca”, seu tempo
de uva já era...
Juca, dando uma de gostosão, interfere:
− Calma, levo as duas pelo preço de uma.
− Só pagando adiantado! Avisa a dupla
assanhada...
Juca no “aperto” em que se encontrava, topa a
parada e paga.
Doquinha e a amiga cochicham a ele que vão buscar
“vitamina” pro “rola-rola” descer melhor. Cada uma conhece um “fornecedor”
diferente. Vão escolher o mais barato.
− Enquanto isso, vai alugando o quarto que daqui
a pouco estamos lá. Vai se preparando queridão, que a tarde será longa...
Depois desse dia, Juca evita o cafezinho do
boteco. Sente-se mal diante dos comentários que ouve:
−Esse aí é o fulano que levou o “chapéu” das
vigaristas. De galã gostosão passou a trouxa que pagou gato por lebre e assim
mesmo não levou...
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