NESTA SECA, O QUE SOBE É A VIOLÊNCIA. - Crônica de Oswaldo Romano


NESTA SECA, O QUE SOBE É A VIOLÊNCIA.
Oswaldo Romano                                              

Eu não sei por que temos enorme contingente de policiais, mas...
Eu não sei por que cresce o número de bandidos, mais armados, mais violentos.
Eu não sei por que sem proteção, somos vencidos pelo medo, perdemos o sossego, perdemos o revide da honra, da humilhação, da dignidade, da reação. Só assim podemos sobreviver.
Eu não sei por que o papel da polícia deixou de ser proteção. Só comparece na hora do             boletim da ocorrência. Confronto com bandidos é pura casualidade.
            Eu não sei por que as autoridades se mostram impecáveis nas suas posturas, mas vazias, desprovidas de massa encefálica útil.
            Eu não sei por que o roubo é considerado ato simples, banal, coisa corriqueira do dia a dia, desprezado por completo. Mas, quando seguido de morte, requisitam o IML, é mais um que vai para a geladeira.
            Eu não sei por que não temos a proteção e respeito pessoal que merecemos. Portas trancadas a sete chaves. Janelas com        grades e alarmes. Câmeras noturnas, cabines blindadas, cercas elétricas ligadas na Web, portões com câmeras. Seguranças             armados carros blindados, sensores e cigarras eletrônicas.
            Eu não sei por que temos que suportar calados. Calados e desarmados. Não estranhe caso aconteça muito em breve, motoristas dirigindo com os cintos de seguranças, capacetes de guerra que cobrem as orelhas e coletes a prova de balas.

            Mas, eu sei por que... Os bandidos já estão na frente. Agora usam fuzis.

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