CICLOVIAS: QUANTIDADE OU
QUALIDADE?
Carlos
Cedano
Estilo:
Crônica
O
Governo Municipal de São Paulo está empenhado em implantar uma extensa rede de
quatrocentos quilômetros de ciclovias até o fim de 2015.
Atualmente
as experiências melhor sucedidas de ciclovias são aquelas da Avenida Brasil e Faria
Lima. O mesmo “sucesso” é esperado na futura ciclovia da Avenida Paulista que deverá
fazer jus a seu caráter de “cartão postal” da cidade.
As
grandes intervenções que se implantam numa cidade normalmente geram
controvérsias entre os que são afetados negativamente e aqueles que delas se
beneficiam. São apaixonadas e não poucas vezes radicais! Mudanças de hábitos e
costumes precisam de um período de “acomodação” dos interesses e pode ser
demorado. A rede de ciclovias não escapara desse processo.
De
um lado, o motorista de carro particular se sente cada vez mais prejudicado na
prioridade que tinha nas vias públicas. Eles queixam-se da continua perda de
espaço de circulação causada, primeiro pela implantação dos corredores de
ônibus, depois pela “liberação” indiscriminada dos “motoboys” cuja introdução
causou e ainda causa caos e insegurança na circulação; em 2013 a mortalidade entre
os motoboys atingiu 400 vítimas fatais sem contar as numerosas que ficaram
inválidas.
E
agora as ciclovias! É o novo competidor na luta pelo espaço de circulação! Além
disso, cada ano é crescente o número de novos carros que se incorporam à frota
existente sem a correspondente ampliação do sistema viário.
Por
seu lado os ciclistas alegam falta de respeito por parte dos usuários de carro
que invadem as ciclovias e falta de segurança que têm facilitado assaltos em
muitas delas. Argumentam que o aumento das ciclovias, se bem feitas, estimulará
o incremento do número de ciclistas e o transito geral melhorará. Será?
Porem,
as críticas mais fortes são feitas ao poder público. Critica-se a implantação
de ciclovias em lugares inapropriados com pendentes ou declives excessivos que
dificulta ou interrompe a circulação; em outros casos a ciclovia não passa da
simples pintura do corredor sem melhorias no asfalto, sem tratamento dos
bueiros que desequilibram o ciclista, sem sinalização adequada e sem limpeza do
mato que aflora nos cantos da ciclovia. Em muitas situações a largura dela não permite
uma circulação com os outros meios de transporte com um mínimo de “folga” entre
eles. Nestas situações os ciclistas circulam com preocupação e medo permanente de
acidentes.
Porem
o poder municipal tem pressa! Implanta muitas ciclovias de modo precário, sem
continuidade física ou com frequente suspensão das obras seja por falta de
equipamentos de segurança e sinalização ou por falta de verba. Não podemos
esquecer que no fim de 2015 já estaremos em plena campanha para eleição do novo
prefeito! Teremos uma rede ciclovias com qualidade o uma rede extensa, porém
capenga?
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