AMBIGUIDADE
GRANDE
PROFESSOR DE MATEMÁTICA
Oswaldo Romano
Foi-me dado a melhor oportunidade de
homenagear um grande amigo. Professor de matemática, o Prof. Joaquim Dias
Tatit, conquistava seus alunos da faculdade com muita facilidade. Sua
matemática, uma matéria vista com desdém, dada sua complexidade, era
transformada em interesse concentrado por toda a classe. Introduzia em suas
aulas figuras de linguagem, como ambiguidades, preservando resultados, artifício
usado para prender suas atenções.
Quando o conheci ele era um antigo sócio
do AP. Eu não, - morava próximo, mas nem sabia da existência do Clube. Éramos unidos
pelo esporte. Dois prédios na Praia das Astúrias, no Guarujá, abrigavam mais
que uma dezena de tenistas. Os próprios, eu inclusive, construímos esses
prédios. Quando entrei aqui no AP,
Joaquim já não frequentava, mas tinha deixado sua marca como sócio.
Além de matemático, construía. Como fornecedor
de materiais, trocávamos muitas ideias relativas a obras, cálculos, etc.
Uma das coisas que se orgulhava de citar
sobre o AP era o aproveitamento do material quando construíram a sede. Entre
outras as sobras de ferro que seriam descartadas, transformadas em arte no revestimento
das paredes do anfiteatro, ainda hoje admiradas. Aguardando a próxima partida de tênis, no bate papo para encher o tempo,
falávamos de cálculos, construções, números, infinitos metros quadrados.
Lembrei-me dele porque quando nos foi
pedido pela monitora no EscreViver que falássemos sobre ambiguidade e outros
recursos de linguagem me veio a mente uma pergunta maldosa que lhe fiz:
— Professor. Quanto é a metade de dois
mais dois?
— O que você quer dizer. Você brinca
comigo né?
— Então responda, mesmo na brincadeira.
— Dois, claro.
— Professor. Não é não! Completando a
brincadeira, vou responder: A metade de dois, mais dois são três. - E não
querendo inibi-lo expliquei - A metade de dois é um, mais dois, igual a três.
Provoquei-o, ai ele perguntou:
—
Como é que muda pede café?...
Gosto de ler seus textos. Bjs.
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