O sonho se torna realidade. Será? - Maria Verônica Azevedo

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O sonho se torna realidade. Será?
                Maria Verônica Azevedo

        Rosália, a princesa, era a caçula de três irmãs. Era dona de uma beleza singela com pele muito clara, olhos escuros, nariz delicado e cabelos ruivos sempre amarrados por uma fita azul, atrás do elegante pescoço. Embora fosse um pouco tímida, tinha uma fisionomia constantemente alegre. Seria a última a se casar. O rei, seu pai, esperava pelo seu aniversário de dezoito anos.
        Estava prometida para o monarca do reino vizinho. Ela ainda não o conhecia, mas assim mesmo sonhava com uma imagem criada em sua mente romântica. Em seu sonho o noivo era um rapaz alto e elegante, com um porte altivo, porém bem simpático, com olhos verdes e belos cabelos castanhos. Com certeza seria um bom cavaleiro e a ensinaria a montar para que o acompanhasse em elegantes caçadas.
        Chegou o dia do noivado. O castelo amanheceu em clima de festa para receber ilustre convidado. Finalmente conheceria seu noivo. A governanta ajudou a futura noiva a se preparar com um deslumbrante vestido verde água com detalhes em renda branca e fitas de veludo de um verde mais vivo. A fita azul, que sempre usava nos cabelos, foi trocada por uma fita branca. Nos pés, delicadas sapatilhas de veludo verde escuro. Para finalizar, em seu delicado colo, uma corrente de ouro com um camafeu de marfim, lembrança de sua mãe. A governanta, ao lado de Rosália, que se mirava no majestoso espelho de moldura dourada, admirou-se com a formosura dela:
        — Você está deslumbrante!
        A moça estava distraída, como se estivesse sonhando, mas ao ouvir o tropel dos cavalos correu para a janela e se debruçou para ver a frente do castelo. Já estava lá uma comissão de recepção aguardando o visitante.
        A princesa saiu do quarto, toda afobada e desceu as escadas de mármore, correndo com a saia suspensa pela mão esquerda enquanto a direita apoiava levemente no rico corrimão de latão reluzente.
        Ainda chegou à entrada do castelo, antes da carruagem que trazia seu tão esperado noivo.
        Poucos segundos depois a carruagem parou e o lacaio abriu a porta.
        Tomada pela emoção, Rosália viu surgir, saindo da carruagem, ricamente trajado, um sisudo senhor de baixa estatura e muito gordo, que seria, com certeza, mais velho que seu pai.
        Rosália desmaiou.

        Rosália, a princesa, era a caçula de três irmãs. Era dona de uma beleza singela com pele muito clara, olhos escuros, nariz delicado e cabelos ruivos sempre amarrados por uma fita azul, atrás do elegante pescoço. Embora fosse um pouco tímida, tinha uma fisionomia constantemente alegre. Seria a última a se casar. O rei, seu pai, esperava pelo seu aniversário de dezoito anos.

        Estava prometida para o monarca do reino vizinho. Ela ainda não o conhecia, mas assim mesmo sonhava com uma imagem criada em sua mente romântica. Em seu sonho o noivo era um rapaz alto e elegante, com um porte altivo, porém bem simpático, com olhos verdes e belos cabelos castanhos. Com certeza seria um bom cavaleiro e a ensinaria a montar para que o acompanhasse em elegantes caçadas.

        Chegou o dia do noivado. O castelo amanheceu em clima de festa para receber ilustre convidado. Finalmente conheceria seu noivo. A governanta ajudou a futura noiva a se preparar com um deslumbrante vestido verde água com detalhes em renda branca e fitas de veludo de um verde mais vivo. A fita azul, que sempre usava nos cabelos, foi trocada por uma fita branca. Nos pés, delicadas sapatilhas de veludo verde escuro. Para finalizar, em seu delicado colo, uma corrente de ouro com um camafeu de marfim, lembrança de sua mãe. A governanta, ao lado de Rosália, que se mirava no majestoso espelho de moldura dourada, admirou-se com a formosura dela:

        — Você está deslumbrante!

        A moça estava distraída, como se estivesse sonhando, mas ao ouvir o tropel dos cavalos correu para a janela e se debruçou para ver a frente do castelo. Já estava lá uma comissão de recepção aguardando o visitante.

        A princesa saiu do quarto, toda afobada e desceu as escadas de mármore, correndo com a saia suspensa pela mão esquerda enquanto a direita apoiava levemente no rico corrimão de latão reluzente.

        Ainda chegou à entrada do castelo, antes da carruagem que trazia seu tão esperado noivo.

        Poucos segundos depois a carruagem parou e o lacaio abriu a porta.

        Tomada pela emoção, Rosália viu surgir, saindo da carruagem, ricamente trajado, um sisudo senhor de baixa estatura e muito gordo, que seria, com certeza, mais velho que seu pai.


        Rosália desmaiou.

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