QUANDO
O PEQUENO DOMINA O GRANDE
Sérgio
Dalla Vecchia
O
movimento nas obras era intenso, caminhões, escavadeiras, rolos compressores,
betoneiras e tantos outros equipamentos necessários para a execução de uma
grande obra rodoviária, nos arredores da cidade de São Paulo.
O
número de colaboradores chegava próximo à casa do milhar.
Inúmeros
eram os problemas que ocorriam no dia a dia; desapropriações, greves, multas
ambientais e tantos outros compatíveis com o porte das obras.
Visitas
importantes eram comuns, desde o Governador, secretários de diversas pastas e
seus diretores. Todos tinham o mesmo objetivo, acompanhar o cumprimento do
cronograma físico sob os olhos implacáveis da mídia.
O
trabalho sobre pressão era exaustivo, mas a cada etapa concluída era uma
vitória e também um alívio de missão cumprida.
Ele
corria as obras diariamente, distribuindo ordens e orientações nas frentes de
serviços.
Numa
dessas andanças, próximo a um lago localizado ao lado das obras, ele viu uma
fila de caminhões carregados parados.
Seu
coração acelerou!
—Greve
dos carreteiros. - Logo pensou o preocupado gerente.
Desceu
do carro às pressas e se dirigiu ao primeiro caminhão da enorme fila.
Qual
foi sua surpresa, quando percebeu que uma graciosa família de marrecos
atravessava despreocupadamente as obras em direção ao lago.
Eram
a marreca e seis marrequinhos, que aos tropeços sobre os pedregulhos lutavam
para acompanhar a mãe em fila.
Assim
o gerente não fez outra coisa, a não ser acompanhar junto aos motoristas, o
desfile da família de marrecos até que entraram na água.
A
alegria dos marrequinhos no lago era intensa, mergulhavam a cabeça, em seguida
batiam as pequenas asas contorcendo o corpo e borrifando água para os lados.
Enquanto
acompanhavam a cena, espectadores entreolharam-se e um sorriso generalizado
surgiu no rosto daqueles trabalhadores, era a natureza lembrando-os que sempre haverá
um momento para sorrir, mesmo em meio as inúmeras atribulações do cotidiano!
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