TEATRALIZANDO Oswaldo Romano




TEATRALIZANDO

                        DUAS PERSONAGENS CASADAS
                        AS DUAS MULHERES EM CENA.

                        Abrem-se as cortinas,  no cenário um jardim. Foi montado com alguns galhos e muito bambu. Num convidativo banco de madeira, pintado de azul, Christina sentada, toda de branco, com o fundo contrastando do azul e verde das plantas, aguarda sua amiga Jacira, costume de toda quarta.

(Christina)— Oi Jacira, que bom que você chegou. Como vai?

(Jacira)— Bem e você, o que conta de novo?

(Christina)          — Estou muito aborrecida com o Marcelo.

(Jacira)— Por quê? Vocês estavam tão bem...

(Christina)— Só porque eu gosto de novelas resolveu ir ao futebol todas quartas e sábados,  e acredite: também aos domingos.

(Jacira)— E você não vê, também, novelas todos os dias?

(Christina)— Vejo, mas quando ele chega do futebol mal ouve os capítulos que quero contar...

(Jacira)— E você pergunta quanto foi o jogo?

(Christina)— Há... Não me interessa.

                        — Sabe Jacira, esses homens... São formidáveis quando noivos. Bonitos, perfumados, carinhosos, uma delícia. Depois que casam é só futebol, cerveja, caipirinha, bar. E quando chegam na gente, estão sempre barbudos, quando não, um forte cheiro, sei lá do que.

(Christina) Por que você pensa que estou aqui? O meu está chegando, eu estou fugindo.
(Jacira)—... Deixe agora eu contar do meu?

(Christina)— Tá bom, mas posso agora terminar minha história? Foi quando a mamãe...

(Jacira)  — Nossa Christina! Meu horário de novela. Não posso perder, tchau, Christina!!

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