MEU ZELÃO.
Mario
Augusto Machado Pinto
Fim
de tarde. É de estranhar a movimentação na praça, está maior que a normal. O pessoal que por ali vive ou trabalha
já começa a se colocar entre os batentes das portas ou das janelas lembrando
tartarugas com o pescoço fora do casco. Pelo jeitão desabusado está na cara que
esse pessoal que anda pra lá e pra cá não é daqui. Ahn, está explicado estão descarregando coisas de caminhões parados do
outro lado, coisas diferentes, pequenos postes com lâmpadas enormes, fios e cabos
que não acabam mais, cadeiras de lona, chapéus tipo vaqueiro, roupas, espelhos e uma bugiganga enorme. Amontoam
na calçada do meu lado, logo ali na esquina.
Aparecem
umas moças que começam a dependurar as roupas e rapazes que montam uns cubos de
lona, um tipo de barraca diferente. Tomam conta da calçada onde estou.
Pergunto
a um dos moços:
-
O que vocês estão fazendo?
-
Preparando pra gravar cenas da novela Quebra Corações, responde sorrindo.
-
Ahn, brigada.
Olho
bem, moço bonito. Até que dava pra galã. Não, outros grandões mais bonitos ainda
vão aparecer. Precisa paciência.
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