TEIMOSIA E SABEDORIA
Ledice
Pereira
Como sempre Fábio e Ulli estavam
atrasados. Haviam sido convidados para um jantar na casa de amigos que havia se
mudado há pouco para um bairro distante a que ambos não estavam familiarizados.
Ulli programou o GPS do celular para
facilitar que chegassem mais próximo do horário marcado.
Fábio ficava nervoso sempre que tinha
que ir a um lugar desconhecido. Enquanto ele dirigia, ela ia indicando o
caminho.
Em certa bifurcação ela indicou que ele
virasse à esquerda. Mas ele achou impossível que fosse para aquele lado e virou
à direita.
Começaram a discutir, mas ela
percebendo que estragariam a noite, achou melhor ficar quieta e deixá-lo
seguir.
“Vou deixar ele quebrar a cara!”
Acabaram chegando a uma rua sem saída o
que o obrigou a retornar.
“Bem feito seu teimoso quem mandou não me ouvir eu tinha
toda a indicação do GPS mas pra variar você nunca me ouve e acha sempre que
está certo”.
Ele, percebendo o erro, mas ainda
querendo discutir, quis saber por que ela não insistiu que virassem ã esquerda.
Ela achou melhor mudar de assunto.
“Danada ela estava certa mais uma vez mas eu tinha certeza
que tinha que entrar à direita não vou
dar o gostinho a ela de que estava certa não”.
— Sabe querida, disse ele, eu lembrei
que quem mora por aqui é o André que trabalha comigo. Já vim aqui trazê-lo
algumas vezes, só que a casa dele fica para o lado direito. Por isso que
insisti em ir por lá. Eu queria te mostrar a casa dele.
E Ulli, sábia, preferiu fingir que não
tinha percebido nada, até porque tinham acabado de chegar ao destino com um
atraso de quarenta minutos.
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