SEGUINDO
AS PISTAS
Carlos
Cedano
Dona Amélia, a ama de chaves,
prepara todos os dias o café-da-manhã para os funcionários da mansão que estão
sentados à mesa da cozinha e pergunta:
―
Cadê seu Fonseca, alguém já o viu chegar?
No sábado vieram entregar essas bebidas de nome esquisito que estão ao
lado do fogão. O cara que as deixou não soube dizer quem as tinha enviado, disse
que ele era só entregador e me deixou copia de um recibo.
― A senhora sabe
que nas segundas feiras ele só chega a partir das dez horas, ele deve
aproveitar ao máximo o fim de semana para curtir a bela esposa! – Disse Joaquim,
o encarregado da manutenção, com certa malicia!
— Sim. - disse a
faxineira - Ele trabalha duro de segunda a sexta e muitas vezes nem vai pra
casa e pernoita aqui mesmo.
Todos os funcionários se levantaram
e foram cumprir suas obrigações, Joaquim aproveitou para atender ao pedido de
dona Amélia e levou a dúzia de garrafas até a porta da biblioteca, depois seu
Fonseca as levaria para dentro, haja vista que só ele podia introduzi-las, outras
pessoas estavam estritamente proibidas de adentrar nela.
Raul Fonseca foi contratado pelo
dono da mansão Engenheiro Mauricio da Mata, quatro anos atrás para reorganizar
e reestruturar toda a documentação profissional e pessoal de sua biblioteca que
estava um verdadeiro caos há mais de quinze anos, seria um trabalho árduo e
demorado, disse-lhe Fonseca.
Joaquim se abaixou para colocar o
pesado pacote de bebidas, sentiu um cheiro forte e chamou seu Fernando, o
mordomo:
― Seu Fernando! Estou sentindo um cheiro muito
esquisito que parece vir da biblioteca!
O mordomo se abaixou até ficar rente
ao chão e seu rosto foi aos poucos mostrando expressões de asco e repugnância, se
afastou e disse:
―
Meu Deus! Isso cheira a m...!
―
Eu também acho, disse Joaquim.
Ambos bateram fortemente na porta durante
alguns minutos e nada, nenhuma resposta! Quando a faxineira e dona Amélia
chegaram assustadas com o barulho das batidas seu Fernando lhes perguntou:
―
Vocês estão sentindo alguma coisa? Assinalando a parte inferior da porta.
Ambas se abaixaram e a faxineira
disse: Que cheiro horroroso, de coisa podre! E dona Amélia completou: Cheiro de
morte! Enquanto se persignava.
Seu Fernando desceu rapidamente dizendo:
não mexam na porta! Vou chamar os bombeiros e a polícia, também vou ligar para
a secretária do Mauricio.
Os bombeiros chegaram, mas nada
podiam fazer enquanto a policia não chegasse, não poderiam alterar uma possível
cena de crime. Um dos bombeiros indagou pela chave reserva e o mordomo disse
que só existia aquela pendurada na porta do lado de dentro.
Pouco depois chegou o
investigador-chefe, seu Carlos Meira, o popular Carlão acompanhado de seu
assistente João. A aparência distraída do inspetor não deixava transparecer sua
enorme capacidade de observador de mínimos detalhes, suas investigações
abrangiam aspectos inesperados que muitas vezes extrapolavam a cena e o lugar
dos acontecimentos. Era muito admirado e respeitado pelos colegas.
O detetive disse para os bombeiros:
nada de machadadas violentas na porta! Ela faz parte da cena e precisa ser
preservada! Logo disse para seu assistente para percorrer a parte externa da
mansão e identificar portas, acessos e aberturas passíveis de serem usadas como
entradas.
À equipe de técnicos forenses, o
policial pediu-lhes para serem minuciosos nos seus levantamentos de impressões
digitais, caprichar nas fotos da cena e da vítima e levantar qualquer pista ou
prova mesmo que pareçam insignificantes.
A biblioteca, uma ampla sala com
vinte e quatro metros quadrados, tinha duas paredes para o jardim e as outras duas
para o interior, no meio havia uma mesa grande com um computador numa dos
extremos da mesa e vários cinzeiros repletos de “bitucas”. Mas o que mais chamou
a atenção do detetive foi a organização da biblioteca, as pastas eram bem
detalhadas, arquivadas racionalmente e com muito cuidado, o cara era bom mesmo
nisso, pensou.
Carlão também revisou com acuidade
cada canto da biblioteca, verificou as dimensões das prateleiras e as janelas altas,
procurava a existência de algum compartimento secreto pelo qual alguém tivesse
entrado ou escondido alguma coisa; não encontrou nada.
Quando o investigador olhou pra
porta viu duas pessoas, uma delas era o mordomo Fernando. Ele o apresentou ao
senhor Mauricio da Mata, proprietário da mansão que tinha recebido o recado de
sua secretária e veio o mais rápido possível, disse ele.
O Investigador antecipou seus passos
para evitar que seu Mauricio entrasse na biblioteca:
―
Desculpe doutor Mauricio, mas a biblioteca é ainda a cena de crime, os únicos
que por enquanto podem entrar são os membros da equipe de investigação; pelo
que seu mordomo me disse o senhor estava em viagem de negócios no exterior,
quando voltou?
―
Ontem a noite. O senhor já pode dar-me alguma informação do acontecido e do
andamento do caso?
―
Ainda não seu Mauricio, a rigor o trabalho de investigação está só no inicio,
mas desde que apareça um fato significativo o senhor será comunicado.
―
Espero que seja em breve! Retrucou o dono com certo tom de exigência.
Despediu-se e se colocou a disposição para ajudar no que for necessário. Quando
estava dirigindo-se pra a saída o detetive perguntou:
― Pelo que sei seu
Mauricio o senhor praticamente não usa esta enorme e bonita mansão!
― É verdade, apenas
para ocasiões muito especiais e por lembrança de minha falecida. Viajo com
frequência, por isso pernoito no meu apartamento perto de meu escritório e do
aeroporto, há uma mala pronta! - E foi embora.
O legista, Doutor Eraldo, era baixinho
e magro com bigode fininho e óculos, cumprimentou o investigador trocaram
breves palavras sobre a situação e logo foi para a biblioteca.
O dia foi de intenso trabalho levantando,
colhendo e embalando as provas que seriam enviadas no dia seguinte ao Centro de
Investigação para as pericias necessárias. Trabalharam até muito tarde.
O detetive se reuniu com o mordomo e
lhe pediu informações mais amplas sobre o dono. Ele respondeu que ele era um
homem de sessenta e cinco anos de idade, viúvo há dez anos e com dois filhos
com os quais não tem boas relações desde que a mãe morreu. É muito rico, parte
pela herança de sua mulher e parte pelos seus negócios no exterior.
O investigador também conversou com
a faxineira e com Dona Amélia que lhe deu detalhes interessantes e o recibo do
entregador das bebidas. Um quebra-cabeça
começava a desenhar-se na mente de seu Carlão.
Mas o que mais estava encafifando ao
detetive era ausência da viúva Fonseca, apesar das persistentes chamadas tanto
a sua casa como ao celular estavam sem nenhuma notícia dela, ninguém sabia de
seu paradeiro. Muito curioso isso! Pensou
Carlão.
No dia seguinte o material colhido
foi enviado ao Centro de análise da polícia.
Nas duas semanas seguintes, enquanto
esperava os laudos técnicos, Carlão aumentou sua atenção na biblioteca. Revisou
aleatoriamente algumas pastas seguindo sua intuição. Cansado sentou-se numa
cadeira ao lado do computador onde estavam algumas pastas e documentos sendo
trabalhados e uma delas, de cor amarela, atraiu sua atenção, tinha as iniciais
RF e era a pasta particular de Fonseca! Sua
leitura permitiu-lhe avançar na montagem do quebra-cabeça!
Na delegacia seu Carlão disse a seu
assistente João que seu relatório está com muitas e boas informações, e logo pediu-lhe
pra fazer um resumo dele:
O assistente iniciou seu relato
dizendo que logo que entrou na casa sua atenção foi atraída pelo luxo do
apartamento do casal, com certeza fora do padrão salarial do falecido! Logo, continuou
João, peguei “emprestada” a foto de sua mulher, dona Marisol Fonseca, mulher de
extrema beleza!
Verifiquei que o casal dormia em
quartos separados pelo modo de distribuição de roupas e outros objetos nos
quartos, assim não foi difícil chegar à conclusão que o relacionamento deles
não era bom! Depois juntei muitos documentos, recibos e comprovantes de compras
eletrônicas que estão anexados no informe, concluiu João.
―
E sobre o paradeiro dela, conseguiu saber alguma coisa?
―
Não chefe! O único que observei é que a saída de dona Marisol foi bem apressada,
muitos vestidos e sapatos de boa qualidade foram deixados, esparramados até!
Por último, comentaram a mensagem
deixada pela esposa numa carta colada no espelho da sala. Ela escreveu que o
estava deixando, que já não o amava e que sua decisão era definitiva, pedia pra
não procurá-la, pois estava apaixonada por outro cara! A data da mensagem é a
do sábado quando o Fonseca já estava morto.
Completados os laudos forenses Carlão
convocou a equipe para uma reunião e pediu informações verbais:
Primeiro falou legista, Doutor
Eraldo, que disse que o corpo do senhor Raul Fonseca estava caído no chão num
dos lados da mesa da biblioteca em posição ventral, sem ferimentos e sem sinais
de luta, o cadáver já apresentava rigidez e forte decomposição. Sua morte
provavelmente ocorreu da noite da sexta pra o sábado.
O doutor Eraldo arrumou os óculos e continuou:
A vítima era tabagista e com certeza durante muitos, muitos anos, seus pulmões
estavam com inicio de enfisema e sem dúvida o coração comprometido, mas não se
pode afirmar que eles foram a causa de sua morte! A rigor o senhor Fonseca
morreu de parada respiratória e falta de atendimento oportuno.
― A datiloscopia
tem alguma coisa a dizer? Indagou o detetive.
― O chefe da área
disse que foi feita uma varredura intensa e detalhada em cada centímetro do
local incluindo mesa, prateleiras e pastas de documentos, fora as digitais de seu
Fonseca não conseguimos identificar outras, simplesmente não existem outras!
― Agora é a vez do
chefe do Laboratório de Análise Clínicas disse o inspetor Carlão.
― O Doutor Simon disse
que a vítima tinha mais de cinquenta anos de idade o que é considerada de risco
para os homens, por isso realizou amplos exames de vísceras e do sangue, e em
todos eles constatou a presença de termogênicos, que quando ingerido em grandes
quantidades aceleram as palpitações e podem desencadear uma arritmia maligna, nesse
caso o paciente perde a consciência e para de respirar e se não há atendimento
oportuno, os órgãos começam a falhar e causam a morte. Foi o que ocorreu com
seu Fonseca!
Carlão pediu para seu assistente ler
seu relatório, João o leu com calma repetindo todo o que já tinha conversado antes
com seu chefe.
O consenso da equipe à luz dos
relatórios e discussões era que a causa
mortis foi parada respiratória sem auxilio oportuno. Mas quem colocou mais
termogênicos nas garrafas? Agora essa era a pergunta a ser respondida.
A seguir falou Carlão sobre as
garrafas encontradas na mansão e no frigobar da biblioteca, disse que todas elas
continham quantidades de termogênicos muito superiores às recomendadas nas
bulas. Evidentemente há outra pessoa envolvida no crime! Quem as enviou para a
mansão? Como a vítima já estava morta desde a sexta feira a mulher do Fonseca,
dona Marisol, passa a ser a primeira suspeita, mas a historia não acaba aí!
Vou pedir para o Doutor Simon que
nos diga o que mais descobriu na sua investigação.
―
Como as garrafas, disse o Doutor Simon não apresentavam nenhum sinal de
violação ou manipulação, por segurança pedimos ajuda para o Instituto de
Pesquisas Tecnológicas - IPT, que possui instrumentos de alta precisão. O laudo
deles confirmou nossas suspeitas: as garrafas tinham sido violadas, sim! Isso
foi feito usando uma seringa que usa uma agulha tão fina e resistente que são
introduzidas e retiradas sem deixar quase marcas, isso prova que foi um
assassinato premeditado.
Carlão tomou a palavra e disse: a pasta
amarela continha o Atestado de Óbito da senhora Maria Ramires da Mata ocorrido
dez anos atrás, esposa do Engenheiro Mauricio da Mata. A causa mortis? Sim, Parada Respiratória sem auxilio Oportuno. O
atestado indica a existência de grandes quantidades de resíduos termogênicos. Muita
coincidência. Né? Mais peças se encaixaram
no quebra-cabeça!
Seu Carlão pediu silencio e
continuou: Tudo indica que o senhor Fonseca teria encontrado o Atestado durante
o processo de classificação dos documentos e o guardou pra si. Pra que? Não
sabemos quais eram as intenções da vítima, mas nos documentos coletados pelo
nosso assistente na casa de seu Fonseca, encontrou esse Atestado numa das
gavetas do armário da esposa. Como chegou a ela ainda não sabemos, mas ela, com
certeza, soube da morte da senhora Maria e sabia que seu marido trabalhava para
o senhor Mauricio, dona Marisol pode tê-la roubado do próprio marido, esta é
uma hipótese!
O passo seguinte continuou Carlão, e
que vocês ainda não conhecem, foi descobrir quem mandou as garrafas pra a
mansão. Pedi novamente a meu assistente que investigasse esta pista e lhe dei o
recibo que o entregador deixou com dona Amélia. Foi um trabalho intenso do
João, o recibo não tinha nome nenhum nem endereço do cliente, apenas a
quantidade e descrição da mercadoria, mas sabíamos o nome da empresa e a data
da entrega. Agora é com você João, pediu Carlão.
A primeira coisa que fiz, disse o
assistente, foi visitar a empresa de entregas, por sorte o dono era um cara bem
organizado e rapidamente conseguiu o nome do entregador nessa data e endereço e
o mandou chamar. Pedro, esse era o nome do rapaz, chegou rápido e conversei com
ele e quando lhe mostrei a foto de dona Marisol o rapaz disse: Sim! Sim! Eu me
lembro dela, como poderia esquecê-la? Que bela senhora! Eu mesmo fui pegar o
pacote das bebidas na casa dela. Estamos nesta fase disse o investigador e deu
por encerrada a reunião.
Na delegacia o investigador Carlão
dizia pra João:
― Precisamos urgente
localizar a senhora Marisol para saber o motivo do crime, mas suspeito que deve
ter outra pessoa envolvida, o crime é muito sofisticado!
― Acho que existe
uma relação entre dona Marisol e o Engenheiro Mauricio, disse João.
―
Oh João! Estava pensando justamente nessa possibilidade, o que temos que provar
é isso mesmo!
Durante alguns dias os detetives
ficaram pensando qual seria o esconderijo mais provável dela. Não seria um
hotel de primeira linha, com certeza, uma mulher formosa como era chamaria muito
a atenção, descartaram essa alternativa. Mas ela não se esconderia num hotel
chinfrim ou de quatro estrelas pensou o chefe, ela gosta de conforto, teria que
ser num lugar com padrão de hotel de luxo e privado.
Essa é uma hipótese provável ponderou João, mas sem sair do país, pois já comunicamos
os aeroportos, portos e fronteiras que estamos procurando-a.
Foram almoçar e no meio da refeição
o Carlão subitamente falou: Já sei onde está escondida! João arregalou os olhos
e disse: onde você acha? Você lembra que ela falou que tinha um amante. Lembra?
Sim, muito bem. Ok disse o chefe, vou arriscar: o único cara que está no nosso
radar é o senhor Mauricio da Mata e está próximo do perfil, é rico, certamente tem
um apartamento de rico, é viúvo e desimpedido.
Os investigadores foram falar com o
mordomo e sem muito esforço lhes entregou o nome, endereço e o telefone da
firma de seu Mauricio.
Ligaram, a secretária informou que ele estava de
partida para o exterior essa mesma noite e só voltaria em uma semana. Ficaram
de tocaia no aeroporto e perceberam que viajaria só. De duas uma, disse João,
ou ela não é amante dele ou ela não quis se arriscar. E agora? Perguntou João.
Ele disse que seu apartamento ficava
perto de sua firma. Vamos fazer uma coisa, falou Carlão, amanhã falarei outra vez
com o mordomo, vou pressioná-lo para que ligue para a secretaria e dê um jeito
de obter o endereço do apartamento do senhor Mauricio da Mata, talvez dê certo.
No dia seguinte cedo, foram para a
mansão e sob ameaças de cumplicidade o mordomo ligou para a secretaria, pediu o
endereço privado de seu Mauricio, usou o estratagema de que um vizinho tinha
ligado pra ele, que era urgente que ele fosse ao prédio de seu Mauricio por que
havia um vazamento enorme no apartamento do andar de baixo, “estava chovendo” e
como ficou nervoso com a situação esqueceu-se de perguntar o endereço e nome do
vizinho. A secretaria deu o endereço e número do apartamento ao mordomo, ela
também tinha ficado nervosa!
Chegaram ao prédio essa mesma tarde,
o zelador perguntou a quem deveria anunciar, o detetive chefe mostrou sua
insígnia e disse que não era para anunciar ninguém, eles mesmos subiriam junto
com ele, era somente um andar.
Chegaram ao apartamento 101, tocaram
a campainha e “bingo”, a pessoa que abriu era a própria dona Marisol, aquela
beleza de mulher. O quebra-cabeça estava
quase completo, somente faltava saber o motivo real do assassinato e
confirmar o nome do cumplice.
Na delegacia dona Marisol fez uma
confissão completa com muitos detalhes e informações que os detetives ainda não
tinham. Agora ficaram sabendo que seu Fonseca tinha achado um laudo técnico
denominado Anatomopatológico, além do Atestado Oficial, que além de comprovar a
existência de excesso de termogênicos nas vísceras, levantava a suspeita de que
a morte de dona Maria Ramires da Mata decorreu principalmente de uma parada
respiratória associado a falta de atendimento oportuno, no caso foi uma omissão
criminal de socorro.
E a relação entre dona Marisol e o
Engenheiro Mauricio? Dona Marisol entregou seringas e agulhas que usou para introduzir
mais termogênicos nas garrafas, e cartas que seu amante lhe escrevia onde
ficava demostrada a associação criminosa entre eles e entregou o laudo
anatomopatológico qualificava a morte de dona Maria como um delito. Guardara a
cópia por que era meu salvo-conduto disse ela, os filhos de dona Maria nunca
souberam da existência desse documento, eram menores de idade na época.
Pô...! Disse o detetive Carlão
dirigindo-se a seu colega João, conseguimos resolver o caso, agora é só esperar
seu Mauricio no aeroporto, tem muito a explicar!
O
quebra-cabeça todo foi montado!
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