Nada
a declarar
Dulce Azevedo
...Chita era muito engraçada com
seu porte atlético e dimensões espetaculares. Os músculos saltavam aos olhos
com se fossem armaduras medievais reluzentes e douradas.
Gostava muito de sair
ao amanhecer de sua caverna para desfrutar dos sabores exóticos da floresta. As
cores, os odores e as texturas das frutas despertavam cada vez mais a sua
curiosidade, essa sim insaciável. Constantemente andava com Lurdes, sua amiga
de infância inseparável que usava sua tromba para alcançar o inalcançável. Certo
dia combinaram as duas, uma expedição para a Floresta Negra. Sinistro passeio,
pois em nenhum momento contaram com os imprevistos como os diversos répteis que
existiam por lá.
O caminho era muito
úmido e sinuoso, não dava para enxergar nada. Foi quando depararam com uma
enorme cobra de cor acinzentada que se postou em forma de pirâmide para atacá-las
de frente. Lurdes que não era nada ágil, devido ao seu tamanho, foi
possuída por uma leveza extraordinária
bailando ao lado da cobra deixando-a totalmente atordoada. Parecia que elas
estavam valsando lentamente como se o perigo não existisse. O cenário era
perfeito, a terra e a poeira subindo criando assim uma atmosfera única para o belo
espetáculo. Num desses rodopios Chita se aproveitando da distração da serpente
deu-lhe um belo soco, que a coitada foi parar no colo dos meus amigos turistas,
que até então não tinham notado a cena, pois estavam entretidos com a beleza do
safari Flashes foram disparados em todas as direções, pois o acontecimento
pitoresco merecia muitos registros, podia até imaginar como seria a capa do
SAFARI NEWS do dia seguinte:
“Guardião da floresta
luta pela Paz e Harmonia...“
Nenhum comentário:
Postar um comentário