LAMENTÁVEL ENGANO
Mario Tibiriçá
Luiz Eduardo, era um rapaz forte no vigor de seus trinta anos, cursava a
faculdade e tinha muitos amigos, que naquela noite iriam preparar uma festa no seu prédio, no apartamento do incrível Alexandre, que apenas fazia
bagunças e fingia
que estudava, mesmo porque o ambiente
alegre e descontraído dos jovens colegas, estava mais para farra do
que para os estudos.
Alexandre também, usuário de drogas,
tinha problemas com mal encarados traficantes, pois prometia
pagamentos que não executava, não
cumpria prazos nem promessas para concluir tais
encargos. Vivia sob ameaças
constantes dos meliantes.
O seu telefone tocou e vozes cavernosas o
ameaçaram : Cuidado
“Mano”,
não abuse de nossa paciência, vamos conversar
hoje. Espere-nos na porta.
Ainda
pela manhã, Luiz Eduardo
voltava para seu bonito e
pequeno apartamento, quando um taxi rangeu os pneus e bateu violentamente no seu
carro, Luiz Eduardo, foi
fortemente jogado contra o para-brisa, que
estilhaçou provocando ferimentos
e ensanguentando o seu rosto.
Oficiais do trânsito, policia, e transeuntes
correram para o veiculo atingido, a fim de socorrerem o motorista, que sem
consciência foi levado para um pronto socorro.
A
família de Luiz Eduardo, morava em outro estado e avisada do acidente, decorreriam
alguns dias para chegarem. O diagnóstico médico indicou infelizmente, cegueira
total por cortes e perfurações.
Apenas
a noite, uma ambulância levou
Luiz Eduardo para casa, deixando- o à porta, onde
ficou aguardando amigos que foram avisados e que
atenderiam suas imediatas necessidades.
Eis
que, alguns minutos após a
chegada e a partida da ambulância, um carro preto, estacionou e mal encarados homens, agarraram Luiz Eduardo, jogando-o dentro do automóvel. Com a cabeça toda enfaixada,
não reconheceram tratar-se de outra pessoa. Luiz Eduardo abatido e sem
condições, deixou-se levar.
— Aí está o
homem chefe. Parece que tomou umas
porradas na cabeça.
O chefe dos traficantes, olhava para a
figura abatida, cansada, ausente, e silenciosa do jovem, pensando tratar-se de Alexandre.
Luiz Eduardo, na floresta do alheamento, não compreendia a situação.
No momento seguinte o chefe entendeu!
Imbecís! Pegaram o homem errado. Este além de não ser
Alexandre está acabado, joguem-no lá no
quarto dos fundos e deixem-me pensar.
Num muito sujo, velho e rasgado colchão,
Luiz Eduardo, ainda não compreendia a situação, dolorido, cansado e abatido,
deixou-se
ficar. Seus
pensamentos tinham ressonâncias
íntimas e sentidos diferentes, viajava na apoteose do absurdo da
situação, e na majestade de todos os sonhos.
Depois de horas lentas e vazias faleceu...
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