“Então
chegou à porta do quarto e lá estava o outro menino, que logo se virou ao dar
pela sua presença. Miraram-se os olhos secos da diferença. Mas já se molhando
por dentro, se amolecendo. O outro não lhe perguntou quem era, nem de onde
vinha. Disse apenas: Quer brincar? Queria. O sol renasceu nele. Há tanto tempo
precisava desse novo amigo.” (E vem o sol de João A. Carrascosza).
O sol se vai?
Nasceu ali curiosa e persistente
amizade. A cidade não era metrópole. Pequena. Trinta mil habitantes; escolas,
duas: uma particular e outra pública. Como é freqüente em cidades assim, a
publica era melhor. Ambos frequentaram a publica. O médio era feito na cidade
maior não muito distante, a prefeitura custeava o transporte.
Enfim, como queria o destino, partiram
para a cidade maior, a capital, São Paulo. Cursaram a mesma universidade, a USP
é claro. Um no Largo de São Francisco o outro em Pinheiros na frente do
cemitério. Um falava:
-Vocês são preguiçosos já estudam perto
do Fórum.
O outro retrucava:
-Vocês estudam na frente do cemitério,
do produtor ao consumidor.
Games já eram coisas do passado, assim
como o skate na Rua da Igreja. Meninas já não eram um tremendo enigma, nem
mistério insolúvel, agora pareciam, isto sim, cascatas de luz. Hora de conhecer,
ficar junto, noticia de família no horizonte.
O sol agora era quadrado, dois pra lá e
dois para cá, mas não menos luminoso.
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