A revolução dos oprimidos – uma alegoria. - Ises A. Abrahamsohn


Resultado de imagem para desenho votando
A revolução dos oprimidos – uma alegoria.
Ises A. Abrahamsohn

Ierodin e sua família habitavam um vilarejo naquela parte remota do Congo. Pertenciam a uma antiga etnia, os Mambu,  e tanto quanto o o jovem podia se  lembrar, sempre tinham vivido sob o jugo dos Umenga. Cultivavam os campos, mas a maior parte da colheita era exigida pela tribo dominante. Esta se organizava em rígida hierarquia: o chefe, parentes do chefe, os coletores de impostos e os trabalhadores do campo. Estes, apesar de serem da etnia dominante também não eram muito felizes.  Mesmo tendo escravos ou subalternos das etnias Mambu e Buanje, tinham que se contentar com as sobras, após saciada a voracidade dos chefes e acólitos. Quando a seca se abateu sobre os campos, Ierodin, corajoso jovem Mambu, liderou a revolta de seu povo.  Estocaram o que podiam de comida e atacaram os opressores. Foram bem sucedidos  e o povo festejou os anos de abundância futuros.

Ierodin foi escolhido chefe prometendo um governo isento e sem favorecimentos a nenhuma das etnias. Chamou para formar o grupo dirigente pessoas de sua confiança, as da própria família ou as que se destacaram nas lutas de libertação. Nos dois primeiros anos o povo o idolatrava, as vilas cresceram e ninguém mais passou fome. Com o tempo, porém, Ierodin e os dirigentes passaram a exigir mais e mais partes das colheitas. As suas palhoças viraram casas e as suas mulheres ostentavam tecidos caros e muitas pulseiras.  Aos agricultores sobrava apenas o suficiente para matar a fome. Os descontentes eram mortos a pauladas  as famílias expulsas da região.  E assim transcorreram mais de dez anos até que Ukanda,  jovem audaz e ambicioso  da etnia Buanje, organizou a revolta. A guerra sangrenta acabou com a expulsão dos Mambu sobreviventes  para terras afastadas e menos férteis.


Assim Ukanda assumiu o poder prometendo anos de paz  prosperidade para todos  os Buanje  e povos amigos naquela parte do Congo. Foi o que aconteceu por dois anos, durante os quais a família e amigos de Ukanda foram se estabelecendo como governantes das vilas da região.  Lentamente a antiga ordem voltou a vigorar com os impostos sobre as colheitas aumentando para saciar a ganância dos parceiros do grande chefe. E assim os oprimidos aguentaram por  mais uns anos até que um outro jovem audaz e ambicioso  organizou mais uma rebelião e .... Assim por diante, até que aprenderam...

Nenhum comentário:

Postar um comentário