Por vezes ignorância é sabedoria
Ana Maria Pinto
Maria
Tereza Magalhães Pinto pertencia a abastada e influente família brasileira,
residente no Rio de Janeiro durante o reinado de D. Pedro. Já tinha tido sua
apresentação à sociedade e à corte e frequentava todas as festas com grande
alegria.
Era cortejada
por vários jovens que queriam a sua atenção, mas ela gostava de se divertir, não
queria compromissos.
Um
dia numa dessas festas conheceu Carlos Vasconcelos, um paulista que estava no
Rio a trabalho e tinha sido convidado pelos anfitriões.
Quando se
encontraram houve imediatamente uma grande sintonia e a conversa não parava.
Ali não havia falta de assunto. Maria Tereza não conhecia São Paulo e se deliciava
com as histórias contadas pelo jovem.
Carlos teve
que voltar para S. Paulo, mas sempre que
podia, vinha ao Rio e o entusiasmo de ambos só crescia.
Assim
passaram-se uns meses e Carlos se aventurou a pedir Maria Tereza em casamento.
Ela aceitou e começou a adaptar-se à ideia de ir viver em S. Paulo, coisa que
nunca lhe tinha passado pela cabeça.
O casamento
foi realizado no Rio e a família de Carlos não esteve presente, o que causou
estranhamento. Deram umas desculpas, mas elas não foram muito convincentes.
Quando Maria
Tereza chegou a S. Paulo não se sentiu nada bem porque achou que tanto o
sogro como a sogra não a aceitavam.
Resolveu
fingir que nada tinha percebido e começou a investigar se havia algo escondido.
Foi aí que
descobriu que o sogro tinha feito um grande desfalque na empresa do pai dela e
que tinha fugido para o interior de São Paulo muitos anos atrás.
Maria
Tereza era determina e uma esposa apaixonado
pelo marido, assim ela decidiu que viveria bem com Carlos, e com esse segredo
descoberto. O sogro que tivesse seus problemas de consciência, pois ela escolheu
“ser feliz”.
Dessa
maneira o tempo se encarregou de juntar as famílias em festas de aniversários e
Natais. E ele mesmo, o tempo, encaixou os fatos e, assim como Maria Tereza, o
pai dela resolveu esquecer o passado para fazer a família feliz.
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