Julião tem sempre razão. Será?
Maria Verônica Azevedo
Julião mora no Guarujá. É conhecido
pelos amigos como um cara cheio de razões. Fala pelos cotovelos sempre
convencido de estar certo. É bem difícil discutir com ele, mesmo que seja óbvio
que esteja mentindo.
Gosta
de tomar umas e outras, mas tem razoável resistência ao efeito do álcool. Vive roncando
prosa por causa disso.
Com
esta alegação, ele sempre se acha em condições de dirigir seu jipe.
E
foi o que aconteceu na última sexta-feira à noite. Foi para o bar da esquina
perto do escritório para uma esticadinha com umas minas bem jeitosas. Conversa
vai conversa vem, Julião contou como se safou da vez que topou com uma blitz
logo depois de ter saído do bar.
Foi
parado em operação da Lei Seca. O policial mostrou o bafômetro para ele realizar
o teste. Julião se viu numa fria. Não dava para fazer o teste. Tinha que
arrumar uma justificativa. Foi aí que ele disse para o agente da lei:
- Ah! Seu guarda! Como eu moro há vários anos no litoral,
estou cansado de saber que equipamentos eletrônicos expostos à maresia estão sempre
sujeitos a erros e falhas causadas pelo sal marinho, que se deposita dentro de
placas e circuitos. Sendo assim, não dá para fazer o teste nesse troço aí.
Sinto muito.
Por
isso não fez o teste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário