Estranha
Surpresa!
Maria
Verônica Azevedo
Raquel chegara em casa já tarde da
noite. De fora reparou que a luz do
terraço, que deixara acesa, estava apagada.
No escuro, procurava na bolsa tateando
para encontrar a pequena lanterna e a chave da casa.
Estava nervosa. Não gostava daquela
situação. Sentia-se mal com a escuridão. Para seu azar, até a lâmpada do poste
da rua estava queimada.
Achou a chave, mas não a lanterna.
Quando conseguiu por fim enfiar a chave
na fechadura, ouviu um sussurro atrás de si.
— Larga a bolsa e não fala nem grita!
Sentiu algo gelado encostado nas suas
costas.
Ela usava uma blusa frente única que
combinava com o charmoso chapéu.
Aquela roupa tinha feito sucesso na
festa, mas agora não servia de nada.
Sacolejou a cabeça com desespero fazendo
o chapéu cair.
Ao se ver de frente com aquele olhar
pavoroso, caiu desmaiada.
Minutos depois, ao despertar, sentou-se
no degrau da entrada. Apurou os ouvidos e percebeu um sussurro. Eram duas vozes
discutindo.
— Afinal, o que vamos fazer com o corpo?
— O jeito é a gente enterrar no quintal.
Vamos lá ver se tem uma pá ou algo que ajude a cavar.
Raquel apavorada não esperou para ver o
que se passava. Saiu de lá às pressas em busca da polícia.
O delegado de plantão não acreditava
naquela história. Achava que só podia ser trote. Recusou-se a sair dali, àquela
hora da noite, para averiguar a história daquela louca.
Raquel foi embora desanimada. Não foi
para casa. Rumou para a praia. Já estava amanhecendo. Um bom banho de mar iria acalmá-la.
Mais tarde com o Sol já brilhando voltou
para casa. Estava tudo calmo por lá. Nem
o quintal tinha sido revirado. Ficou
meio tonta, achando que tinha tido um sonho bem estranho.
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