COMO SERIA BOM SE FOSSE VERDADE!
Ledice Pereira
Como
era gostoso aquele período que antecedia o Natal, em que as famílias enfeitavam
suas casas com gosto, para que o bom velhinho ali se sentisse acolhido.
O
colorido das luzes alegrava a rua num doce pisca-pisca, contornando as árvores.
As
crianças adoravam ajudar na decoração, abrindo caixas cheias de enfeites que
dariam vida aos enormes pinheiros.
Todo
ano, aquele ritual se repetia, e o clima de alegria e perdão parecia se espalhar pelo lugarejo.
O
frio trazido pela densa neve, que caia há dias, parecia não interferir nos
preparativos.
Naquele
ano, aqueles que frequentavam a igrejinha do lugar, combinaram que a
comemoração de Natal seria comunitária.
Cada
família contribuiria com aquilo que melhor fizesse. Salgados, Sobremesas,
Artesanato, Música, Costura, Decoração, Doação de objetos e roupas, enfim, cada
qual se doaria aos outros, numa demonstração de afeto e amizade, tolerância,
piedade, fortalecendo os laços que uniam aquela comunidade.
A
partir daquela comunhão, houve uma mudança nos hábitos do lugar. Pessoas que
viviam isoladas passaram a fazer parte do dia a dia de todos. Cada um sentiu o
dever de estar presente, de ter disposição para ouvir, para abraçar, para
consolar aquele que mais necessitava. Todos passaram a formar uma só família.
Ninguém mais se sentiu só. Ganharam todos.
Isso
é fictício, mas por que não haveria de ser possível?
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