HISTÓRIA DO NOSSO NATAL
Antonia
Marchesin Gonçalves
O Natal nunca foi minha festa
favorita, a não ser pelo fato de ser a comemoração do aniversário de nascimento
de Jesus, festa religiosa cristã ao qual pertenço. Quando criança a minha
lembrança mais alegre era o vestido novo feito pela minha mãe, nunca ganhávamos
brinquedos. O costume da família não era a espera da meia noite, mas sim o
almoço no dia 25. Não tínhamos árvore toda verde decorada com luzes e bolas
coloridas, mas sim um galho seco pintado de branco feito pelo meu irmão e
decorado com balas ou bombons.
O almoço com primeiro prato, uma
bem-feita lasanha ou uma pasta, segundo um frango assado com uma boa salada e
sobremesa fruta e lógico o vinho de mesa, pois meu pai não abria mão dele, era
o Sangue de Boi, que comprávamos na vendinha perto de casa, usando a caderneta
para ser pago sempre no começo do mês. A reunião familiar era só nós cinco,
nossos parentes ficaram todos na Itália. Minha mãe Wanda tinha um gênio forte,
era divertida, mas também brigava muito
com meu pai Angelo, pois ele se excedia na bebida quando nessas festas, e o que
começara com alegria, terminava em brigas homéricas, o que nos deixava tristes.
Só no dia seguinte é que o
perdão acontecia, com a promessa de meu pai se comportar na próxima vez. Quando
casei é que fui apreender um novo costume, de celebrar a meia noite com a
família do meu marido que era a tradição deles. No fim essas festas eram só
cansaço, meia noite sogros, almoço pais, fim de ano com pais, ano novo sogros,
terminavam as festas e com filhos pequenos, tendo que comprar presentes para
todos era só cansaço, não via a hora de começar o ano novo e a comilança era
tanta, que só na Páscoa sentia vontade de comer peru de novo.
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