Que
coincidência
Fernando Braga
Em visita a uma
grande cidade do interior, saíram uma noite para jantar Joaquim e Lourdes. O
restaurante era muito frequentado, por ser conhecido como pródigo na quantidade
de comida, vez que 6 ou 7 pessoas podiam pedir apenas dois itens do cardápio saindo todos muito satisfeitos, gastando
menos. Quando Joaquim e Lourdes terminaram, havia sobrado tanta comida, que
mandaram condiciona-la para levar, o que era comum naquele lugar. Saíram de
carro pelas ruas fim de encontrar um pobre, algum faminto perambulando pela
cidade. No final de uma grande avenida, em um sinal vermelho, aproximou-se um
pedinte, solicitando algum trocado e ao ser perguntado se queria comer, imediatamente
aceitou e vendo a quantidade grande, ficou muito satisfeito, dizendo que iria
repartir com seu irmão, do outro lado da rua.
No dia seguinte, o
casal novamente saiu para jantar e queriam comer peixe. Foram a outro
restaurante e após satisfazer-se com um badejo a ¨belle meniére¨, viram que a
metade havia sobrado, com batatas e também arroz. O prato estava ótimo e como
nunca deixavam de fazer, pediram ao garçom para condicionar o restante.
O carro
estava estacionado bem à porta do restaurante e logo após entrarem, depararam
com um pobre que vinha passando ao lado. Abriram a janela e chamaram-no, oferecendo
a comida. Ele imediatamente aceitou, fez uma boa cara e agradeceu. Abaixou-se
um pouco, olhou para dentro do carro e disse:
— Que sorte, foram
vocês que me deram comida ontem, do outro lado da cidade. Que coincidência!!!! Se
tivesse passado dois minutos antes, não iria comer.
— Bom proveito.
— Obrigado, obrigado...
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