Maria gasolina
Vera
Lambiasi
Maria
Gasolina vivia a sonhar com um bom partido.
Frequentava
a Rua Augusta. Tardes de chá no Iara, noites de bossa no Frevinho.
Chapelava-se
com esmero nos Grandes Prêmios do Jockey.
Do
Iguatemi ao Rickstore, esquadrinhava todo o quarteirão, a procura dos carros
esportes mais bacanas.
Numa
dessas tardes ensolaradas, George passava na maior vula, em seu Puma amarelo, último
tipo. Deu um cavalo de pau exibicionista, e desceu para um chocolamour.
Maria
Gasopa aproximou-se de George, fixou a visão em seu rosto e achou-o meio
desbeiçado. Mas o carro era chapichura,
e valia o esforço.
Pediu uma
carona até a Brunella, ali pertinho na Gabriel, e foi prontamente atendida.
Ela era
realmente um docinho de coco.
George
cantou-a, oferecendo o apê do Guarujá.
Maria, fazendo-se
envergonhada, dizia querer só um éclair de avelã.
O
esportivo giallo jamais chegou à doceira. Perdeu-se entre as ruas dos Jardins,
impressionando a garota de classe, com suas manobras arriscadas.
Cansada de
tanta velocidade, clamou por uma parada, seu coração saía pela boca.
George
estacionou em uma rua deserta, escura de tão arborizada, e partiu para o
ataque.
Maria,
vendedora do Capelefício, George, funcionário do Lava-jato, enganaram-se com
prazer nos bancos afundados do carro surrupiado.
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