NEM
SEMPRE FUI A PESSOA QUE VOCÊ CONHECE
Oswaldo
Romano
O
paulista não tem praias, o orgulho dos cariocas. Claro, esta é uma das razões
que nos fins de semana a maioria fica na cidade. A diferença é que o Ivo
morador no Ipanema leva oito minutos para pisar na areia e dar aquela alegria
aos seus pés. Suas areias, seu céu tão lindo e suas sereias sempre sorrindo,
traz só prazer.
O
paulista pode levar não oito minutos, mas oito horas para livrar seus pés dos
horríveis calçados bicudos. Mesmo assim insiste, busca o mar. O mar, eterno
cantor, uma nota em cada onda.
Ficando
em São Paulo pode ver o Museu do Ipiranga, Clubes vazios, ou entre outros ir
pedalar no Parque Vila Lobos. É lá que vejo meu amigo Paulo correndo nas suas
vielas, com seu barulhento skate.
Domingo,
tomando novo rumo fomos apreciar os penhascos da Serra do Japi. Na hora do
descanso, consumindo nosso farnel, sentados na grama, alguém bateu-me nas
costas. Tão distante, no espaço e no pensamento, claro, assustei. Virando-me,
era um cidadão todo paramentado, capacete, óculos escuros, luvas, botas,
correntes e cordas. Um irreconhecível excêntrico.
Não se
assuste, calma! Eu sou seu amigo Paulo, aquele do Vila Lobos. Eu sou alpinista.
Gosto de escalar estes penhascos.
— Cassilda!
Cassilda. Pensei que fosse um bombeiro a procura de fogo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário