O
discurso do Rei
Fernando Braga
Meus súditos, a
guerra está declarada, pronta a ser deflagrada! Agora não podemos dar passos
para trás, voltar, apenas para frente, em direção a uma difícil, mas esperada
vitória. Nosso inimigo contumaz, ameaçador, cruel, incansável em seus
propósitos, está em nossa fronteira setentrional, ao norte, pronto a cruzá-la,
nos atacar, e entrar em nosso país. Todos os esforços de nossos diplomatas
foram em vão, inúteis, eles querem nos anexar. As nossas colunas estão
preparadas, prontas para rechaçá-los. Vocês devem estar preparados para tudo, para
o grande desenlace, para sofrimento atroz, que certamente virá, para a
necessidade vertical, inédita, chegando à fome, para perdas importantes de vida
queridas, perda de seus bens e toda sorte de intempéries. Temos que lutar! Lutar!
Lutar! Até o fim, até que o inimigo seja derrotado, expulso de nossa fronteira.
Temos um país unido, coeso, homogêneo em raça, língua, preceitos e mais que
tudo, sabedor de seus direitos frente às outras nações. Somos uma nação
economicamente estável, com povo culto e pacífico. Nosso inimigo não tem as
mesmas boas qualidades, são agressivos, conquistadores e querem nos massacrar. Estamos
aguardando ajuda de outras nações, mas temos que nos defender, impedir que
destruam nossas vilas, cidades prósperas, nossos campos produtivos, belos, floridos,
presenteados pela natureza pródiga, variada, divina. Faço um apelo, uma
peroração para que o povo se una nas cidades e nos campos, fazendo que cada
casa das vilas se torne um reduto de contenção do inimigo, que trabalhadores e
camponeses formem grupos coesos, portando foices, machados, ancinhos, lanças, tudo
que tiverem às mãos, para fazer frente ao inimigo invasor. Lembrem-se os que
sobreviverem, de que nosso país é eterno, único, inconfundível e que terão a
incumbência de reerguê-lo, reconstruí-lo, recupera-lo, para voltar a ser o
mesmo país de então, e para principalmente, recuperar a grande dignidade deste
povo.
Sou vosso rei, sei
quanto me estimam, me amam e quero que saibam que cada um de vocês, considero
como meu irmão, prontos a se sacrificarem pelo seu rei e pela sua querida, veneranda
pátria.
Neste momento tão
difícil de nossas vidas, vejo-me obrigado a me retirar, com minha família para
terras longínquas, para sobreviver, preparar uma grande reação e poder voltar
breve a este país, que tanto amo, adoro, venero e para aqui, viver novamente. A
nau nos espera, temos que partir. Até a volta querido povo, querida pátria e
aguentem firme!! Passo agora, as palavras, para o primeiro ministro, que ficará
responsável pela defesa do país.
Adeus! Adeus!
Discurso proferido
por Lula III, ao deixar sua pátria Brasinéia em novembro de 1366.
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