FALANDO EM
SAPO...
Oswaldo
Romano
Falando
em sapo logo vem à mente aquele que senta-se ao lado da mesa de jogo. O
indesejável fica sapeando. Ou o falante príncipe sapo.
Falando
em sapo, aqui conto uma história infantil, não sei a procedência, mas tira
risadas da criançada.
Foi
numa fazenda, se não me engano a Fazenda do Dr. Alencar, no período entre
safras. Época em que todos respiram o fim do trabalho anterior e estão se
preparando para a futura colheita.
Nesse
período desce uma melancolia medrosa do resultado futuro. Um resultado sorteado
de pouca ou muita chuva. Pouco ou muito frio. Chovendo pouco, a seca castiga.
Muito, encharca o solo, soltam as raízes chegando a apodrecê-las. Com o frio paira
no ar o fantasma das geadas.
A
constância desse quadro todo ano, leva aos agricultores uma expectativa, mas forte
crença de que tudo vai sair bem. Acontecem missas na igrejinha, reuniões
familiares, surgem os contadores de histórias. A pedido da avó, para os
inocentes netos o avô contou esta do sapo:
A
bicharada nesta época vive com pouco alimento. Um grupo deles, para disfarçar,
resolveu organizar uma festa. Ia ter baile ao som formado pelos pios, berros, coaxos,
e cantos. Água para beber tinha a vontade. A comida era pouca.
Nessas
circunstancias, o chefe que era o bode, reuniu-se com seu estafe e
precavendo-se, anunciou para a bicharada:
—
Dancem a vontade.
—
Tomem água a vontade.
O sapo avô, há tempo coroado, e seus pupilos, eram
os que iriam fazer o melhor som.
Estavam encantados, felizes.
Ai o bode
anunciou:
—
Atenção companheiros: temos pouca comida! ATENÇÃO,
atenção: Bicho de boca grande não
entra.
O sapo avô, sentindo-se excluído com todos os
seus, fechou a boca o mais que pode, como fosse assobiar, levantou a coroa e
disse:
— Cuitadinho do cumpadre Jacaré.
Pedrinho que tem só seis aninhos, riu muito. Aí,
perguntou ao avô:
—
Vô – o que é estafe?
A
resposta foi esperada por todos.
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