Uma
mentira sem consequências
Luisa Helena Rodrigues
Alves
Estavam reunidas várias
amigas de trabalho, tomavam aperitivo antes de ir para casa.
Uma delas falava rápido
como quem estivesse com muita pressa. As outras estranharam, pois essa amiga, sempre
calma, séria e discreta, ouvia a todas com muita atenção. Num dado momento ela
falou:
- Tenho que ir embora, buscar
uma pessoa que chega agora na rodoviária!
Ninguém acreditou, mas
para não contrariá-la disseram:
- Que pena, a essa hora?
Que mal combinado!
Anos depois , quando se
encontraram , a amiga confessou que tinha um encontro marcado com um namorado, e que ela ainda não queria apresentar; tudo
para não estragar sua imagem de “certinha”.
As outras fingiram
acreditar, pelo mesmo motivo. Na
verdade existe um excesso de “sincericídio” que pode arruinar uma amizade.
Por isso, a gente recorre às
vezes às mentiras sem consequências, evitando perder as pessoas que amamos ou a
nossa própria reputação.
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