Sapo
Cururú
Vera Lambiasi
Haroldo achava-se um príncipe, e
assim queria ser tratado.
Referia-se a todos como súditos, que
lhe deviam trabalhos.
Escravizava esposa e filhos.
Empregados serviam sua comida,
preparavam seu banho, e vestiam suas roupas.
Até que sua fortuna foi minguando,
devido ao pouco empenho na sua fábrica.
Haroldo sabia mandar, mas não tinha
amor pelo trabalho, e, finalmente, empobreceu.
Numa noite cintilante, apareceu um
sapo de ouro que lhe fez uma oferta. Ao beijá-lo, teria toda sua fortuna de
volta. Mas, em troca, pediu humildade.
Sem saída, Haroldo aceitou.
E refez a vida, de uma outra
maneira.
(texto criado em Maratona Literária - Abril 2014)
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