MALANDRAGEM - Mario Tibiriçá


MALANDRAGEM
Mario Tibiriçá



Petronio, já  havia chegado à  cidade  grande do sul há algum tempo, e agora estava “dando um duro danado” para permanecer no bom emprego      e “agarrar com unhas e dentes” a oportunidade de “fazer a vida” definitivamente.

Por outro lado de caráter duvidoso e comportamento irregular, tinha  vícios, gostava de “água que passarinho não bebe”, jogava e frequentava  bares e prostíbulos de segunda classe .

Num deles, conheceu a  bonita morena  conterrânea, Jurema, que  viera para o sul a procura de  vida melhor. Mas,  que  infelizmente para ela, exigia  conhecimentos que  não tinha, acabando por  determinar  a “vida fácil” num prostíbulo.

Petronio encantou-se pela conterrânea,  passando a “arrastar a asa” para ela, no sentido de livrá-la  daquela vida, mas para isso precisaria de um  bom emprego. Infelizmente  o  seu dinheiro estava curto e para conseguir  o emprego, seria necessário comprar algumas roupas para bem se apresentar junto às empresas.

Estando  bem vestido, iria “arregaçar as mangas” e certamente também conseguiria  uma boa  colocação também para ela, desta maneira precisava de  pequeno empréstimo.

A  condição de conterrâneo, ex morador de bairro próximo a casa onde morava Jurema, além da conversa de malandro de rapaz, tudo contribuiu para que Jurema emprestasse ao vigarista, boa  parte de suas economias.

O jovem saiu do prostíbulo sorrindo, a idiota acreditou  na sua conversa e esperava que ele voltasse com  boas novas em semana próxima.

Rapidamente, ele gastou o dinheiro de Jurema em outros  bordéis e farras com alguns conhecidos,  e achou por bem, desaparecer de Jurema  por  algumas semanas.

Por sua vez, depois de algum tempo, Jurema influenciada também por companheiras, passou a acreditar que  havia sido traída e roubada  por ele.

Indignada  e odiando ter sido enganada,  Jurema  começou a imaginar sua vingança.

Quando ele viesse poderia mata-lo! ... Arranjaria um revolver, uma faca talvez! Assim, teve outras  ideias, algumas  até mirabolantes. Enfim, aguardaria. Tinha certeza de que que ele voltaria.

Passados  alguns meses o homem  pensou que poderia “enrolar” Jurema mais um   tempo e  resolveu  voltar ao prostíbulo....

A moça o recebeu com  sorrisos e alegria, sabia o que ia fazer, aceitou com, paciência as explicações do homem dizendo que acreditava  nele e que  tinha certeza de que tudo seria  resolvido proximamente.

Face  aos carinhos entusiasmados do amante, pela passividade de  Jurema, foram logo  para cama.

Com  orgulho de sua masculinidade  o homem  sempre  fazia demonstrações   de sua enorme virilidade e foi nesse momento que Jurema tirou de baixo do travesseiro, afiadíssima navalha e de um só golpe cortou o orgulho do fanfarrão, que esvaindo-se em sangue gritava por socorro.

Mais tarde, policiais e paramédicos  sorriam do infortúnio do malandro, achando até merecido tal castigo, face as explicações das companheiras de  Jurema, que já havia desaparecido......


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