Sala errada
Vera Lambiasi
Entraram no cinema, Carlos e Mariana, recém pedidos e aceitados em namoro.
Querendo intimidades, nem notaram o título do filme, muito menos seu enredo.
No trailer, já se agarravam com tanta urgência, que o que se passava na tela pouco importava.
Até que a guerra começou. Eram tantos tiros, vindos de todos os lados, que o clima de amor se dissipou.
Corpos abertos, dilacerados, não faziam parte do momento romântico.
Volume alto de canhões e escopetas interrompiam beijos gostosos.
Queriam paz.
E saíram.
Entraram num desenho animado.
E lá, com tantas crianças na plateia, tiveram que se comportar.
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