ALGUÉM QUE DEVERIA
ESTAR ENTRE NÓS
MARIO
AUGUSTO MACHADO PINTO
O
melhor lugar para ficar só, pensar, imaginar e lembrar fatos e coisas é o meu
quarto. Meu rolê é o travesseiro do eu viajante que ali sempre aparece buscando
aportar memórias da vida.
Edredon
cobrindo meu corpo qual caramujo no mar que ouve o som das ondas da
arrebentação, eu escuto o de tua voz. Ele sente o cheiro da maresia; eu o
perfume do teu corpo ainda no lençol.
Meus
sentimentos ficam soltos aguardando os gigantes que vão proclamar o meu querer.
Estico
o corpo a buscar teus pés, tijolinhos chineses sempre quentes. Não encontro.
Tua falta provoca os ventos do vale da imensa saudade.
Lembrar
e pensar no que fizemos e fazemos, faz meu sangue correr como rio de águas revoltas formando rendas de espuma, rodopiando, qual bailarina, o vestido azul
claro das águas cada vez mais agitadas, mas sempre chegando ao remanso do lago
hospedeiro para descanso do viajante que chega excitado.
O
maná de tua lembrança me deixa forte; aceito tua ausência vendo pelas janelas
as estrelas exibindo toda riqueza do que faremos.
Meu bem-querer,
acenderemos a lareira assim que você voltar.
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