O
Galanteador
Vera Lambiasi
Clóvis era um jovem senhor sedutor.
Inventou uma biografia para si, e
chegava a acreditar nela, de tão boa.
Pesquisava mulheres divorciadas nas
redes sociais, e partia para o ataque.
Sempre amoroso, começava por
adulá-las.
Dizia-se engenheiro, formado pela
Poli. Empresário bem sucedido em esquadrias de alumínio, com MBA e tudo.
Chegava aos luxuosos apartamentos
nos Jardins a pé, dizendo-se de taxi, por conta do carro na oficina.
Levava flores roubadas em parques
públicos , e elogiava a simplicidade de um arranjo mal feito.
As damas, carentes, em tudo queriam
acreditar, e assim o colocavam para dentro de suas casas.
Ofereciam uma vida luxuosa, em troca
de amor verdadeiro.
Clóvis, especialista em lamúrias,
aconselhava-as a ser independentes.
E, assim foi, com Carina.
A família, feliz ao vê-la renascer
após a separação, tolerava as mentiras descaradas de Clóvis.
Aquele que sempre esquecia a
carteira!
Até que o espertalhão deu o bote
final. Desculpando-se sem liquidez nos investimentos, pediu emprestado um belo
montante, para saldar uma dívida.
Carina, que entregara seu coração a
Clóvis, disponibilizou um milhão ao larápio.
Foi quando o gerente do banco,
estranhando a transferência, comunicou ao ex-marido.
Este, já arrependido pelo abandono
do lar, teve a deixa para procurá-la.
Carina o aceitou pelo bem dos
filhos.
E teve os olhos abertos quanto ao
sedutor.
Sustada a transferência do dinheiro,
e restabelecida a família, soube-se de outras manobras de Clovis, a procura de
mulheres maduras entristecidas.
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