A FALHA TECNOLÓGICA
Oswaldo U. Lopes
O prédio era novo. O elevador antigo.
Esse contrassenso esta ficando comum nos tempos atuais. Há tecnologias de
evolução rápida, outras quase sem evolução. O elevador é um enorme avanço
tecnológico, a ideia de construção para moradia, de andares sobrepostos remonta
a períodos anteriores a era cristã.
Fim de expediente. Inverno. Já está
escuro, De repente a falha tecnológica. O elevador parou entre andares assim
que a luz acabou. Breu total. Se cabiam vinte pessoas lá dentro, vinte havia.
Tomara que ninguém seja claustrofóbico, pensou Tomaz que permaneceu parado,
ereto, calado.
Houve movimento, era óbvio que os
passageiros estavam indo de um lado para outro, apesar da exiguidade do espaço.
O que as pessoas fazem no escuro ou porque está escuro é inacreditável.
De repente sentiu aquele perfume
inconfundível da mesa central de informações do escritório. Era a Marta. Nunca
estivera tão perto dela. Bonita, moça, calada, diziam que fria. Encostou nela e
sentiu que não fugia. Que dia! Ou melhor, que noite!
Foi traído pela tecnologia. O gerador
entrou em ação, a luz se ascendeu, o elevador mexeu-se. Todos recuperaram a
compostura. Alguns ainda brancos. Chegaram ao térreo. Saíram. Nem viu para onde
Marta foi.
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