Ser mãe é padecer no paraíso
Ledice
Pereira
Acabado
o Carnaval, a vida começa, realmente, aqui no Brasil.
Voltam
as aulas e o burburinho das crianças invade as ruas, trazendo alegria.
As
peruas escolares alinham-se na saída das aulas, aguardando as turmas, cujo
colorido do avental identifica a qual veículo pertencem.
Os
carros ultrapassam-se, procurando uma vaga para estacionar.
Mães
apressadas dirigem-se à entrada principal para buscar seus pimpolhos que, sorridentes,
vêm ao seu encontro.
Algumas
deixam seus escritórios ou consultórios para exercer o papel mais importante
que lhes foi destinado.
Dali,
vão em direção às casas onde se inicia outra jornada.
Cabe-lhes
saber como os filhotes passaram o dia, o que aprenderam, o que lhes foi pedido
como dever, para, ao chegar em casa, direcioná-los a um banho, enquanto o
jantar é preparado.
Mal
dá tempo de tirar os sapatos que a incomodaram o dia todo. Nem, tampouco, de
dar atenção àquela dorzinha na coluna que a tem incomodado.
Comida
pronta, hora de ajudar os pequenos a limparem o prato, escovarem os dentes, o
que por sinal tem que ser inspecionado, e os levarem para a cama, não sem antes
contarem e recontarem histórias.
Os
ponteiros marcam 21h e essa mulher percebe que o estômago reclama, pois nem na
hora do almoço teve tempo de se alimentar corretamente.
Finalmente,
após dar uma arrumada na cozinha, senta-se à frente da TV. O sono a domina.
É
despertada com a chegada do marido que a acorda perguntando:
─
Nossa, querida, dormindo com as galinhas? O que aconteceu?
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