A
chegada do livro virtual
Ledice
Pereira
Querendo
ser mais atualizada do que realmente sou, não sosseguei enquanto não comprei o
Kindle.
Já
havia sucumbido ao Ipad que encomendei a um filho que viajara aos EEUU.
Fiquei
enlouquecida. Aprendi a usá-lo como gente grande, digo, como gente jovem.
Tornei-me quase dependente do amigo inseparável.
Meu
filho surpreendeu-se quando observou que eu destrinchava o objeto de cobiça
melhor do que ele.
E,
num ímpeto eu, que já baixara no Ipad o livro virtual, passei a desejar ter o
Kindle.
─
Imaginem viajar levando, num pequeno dispositivo, alguns livros, sem necessitar
pagar por isso excesso de peso!
Encomendei
à Amazon e mandei entregar no hotel, onde dessa vez o mesmo filho se hospedaria,
em Austin, por ocasião da SXSW Conference & Festivals, de que ele
participou.
Aguardei
ansiosa sua chegada, trazendo meu sonho de consumo, e baixei nele,
imediatamente, Malala.
Pois
é. Senti falta do manuseio do livro físico, de seu cheiro, do contato. Achei-o
frio e distante. Deixei-o de lado.
Voltei
para minha coleção de livros sobre a mesinha de cabeceira, cada qual com seu
marcador, com sua capa colorida, seu cheiro característico, permitindo-me
preencher meus momentos disponíveis, com o mundo que trazem através de suas
linhas, deixando-me imaginar personagens, transportar-me para diversos lugares
e penetrar em suas histórias, ao término das quais eu sinto sempre um
enorme vazio.
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