UMA DAS HISTÓRIAS DO CLUBE ALTO DOS PINHEIROS
Contada por: Oswaldo Romano
Morador no Bairro Alto dos Pinheiros, nosso personagem está feliz da vida. Teve sorte ao escolher este, onde a tranquilidade absorve horas, a alta arborização se cruza nas ruas deixando apenas rastreios do sol passar. É olhar, é admirar.
Passam iluminando em fleches o asfalto forrado
de pétalas amarelas das majestosas Sibipirunas, quando não, aparecem os Ipês
roxos confrontando os amarelos.
Tão perto, nasce a nobre Avenida Faria Lima,
admirada pela pujança da sua ocupação. Recebe de braços abertos nas suas
primeiras portas, o Habib’s, o Pirajá ponto de encontros, dos amorosos
aperitivos casamenteiros.
Não vá longe, volte, cruze a Praça
Panamericana, o pedaço que enche os olhos, o mais disputado da região. Encontre
o Colégio Santa Cruz, imensa área com teatro, disputado ensino e incríveis
campos de lazer.
Nem uma quadra se vai, está o Shopping Vila
Lobos colado ao Parque que lhe deu o nome, com avenidas floridas e
um milhar de bicicletas.
E o que falar da Vila Madalena?
A Associação dos Moradores do Alto dos
Pinheiros, atenta às ruas e
praças, não descuida junto ao Poder Público para oferecer dezenas de lugares
fotografados pela beleza como a do Pôr do Sol, onde você respira com emoção o
seu recolher.
Nosso personagem, como nem tudo são flores,
tem no dia a dia a visão do seu bairro estar dentro da Cidade de São
Paulo. Não é cercado por muralha e está sujeito ao destino da segurança
precária da cidade.
Isso faz com que ele, seus familiares e seus
vizinhos fiquem atentos, o que mancha um pouco a falada tranquilidade.
Fatos isolados acontecem como o do nosso
personagem, possuidor do invejado Range Rover transportando uma
famosa bike MTB. Numa dessas manhãs dirigindo-se ao Parque Vila Lobos, pedalou
até não mais poder.
Satisfeito, embarcou a bike e tomou o
rumo do Clube Alto dos Pinheiros onde completaria seus exercícios no melhor
clube do bairro.
Maravilhoso começo de um dia!
Mas,
de novo, nem tudo são flores. Ao chegar, quem o recebeu no estacionamento, que
provisoriamente é externo, foi um bandido mirando-lhe um fuzil.
Não precisou mandar descer. Foi logo
entregando-lhe a chave. O segundo assaltante não encontrando lugar para
introduzir a tal chave ordenou ao comparsa: dê-lhe uma coronhada.
—Calma que é isso, eu ensino, a chave
fica no seu bolso.
—No bolso! Oh meu. Pensa que sou
palhaço?
Depois
de receber as devidas ofensas, instruídos, eles saíram fazendo estranhas
manobras. Nosso morador é um cara de sorte. Poucas quadras depois, abandonaram
seu valioso veículo.
Queriam a bike! É, só ela! Por
ela, seguiram-no desde o Parque.
Nosso
personagem, não desistiu, continuou pedalando...
Cabeça rodando, só que agora na academia.
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