A QUARTA DIMENSÃO - Oswaldo U. Lopes



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A QUARTA DIMENSÃO
Oswaldo U. Lopes



Tem gente que não consegue sair de duas dimensões x, y que dirá três ou quatro.

Demonstrar três é uma beleza, simples até, usando o quadro negro (que hoje é verde), mesmo sabendo que ele só tem duas: cumprimento e altura, os famosos x, y. Você faz um bom desenho e todo mundo percebe a terceira dimensão, o eixo z. Pronto, o ilustre mestre conseguiu demonstrar o cumprimento, a altura e a profundidade.

As três dimensões do espaço. Seus alunos conseguem assim calcular áreas nos planos horizontal e vertical e volumes no espaço. Quantos metros cúbicos tem a sala? É a glória. Mesmo aqueles que são quase aespaciais conseguem entender, embora no seu mundo próprio, ajam como aberrações não funcionais.

Foi aí que introduziram o tempo como dimensão. Não aquele simples de explicar:

- No meu tempo

- Já era tempo

- Há quanto tempo

- Faz tempo que a gente não se encontra

Não esse lírico tempo que parece passar depressa ou nunca chegar. Um minuto na chapa quente que parece durar uma eternidade ou uma eternidade com seu amor que parece durar um minuto apenas, como Einstein.

Como explicar para aquela bonita moça que ela pode esperar o  tempo que quiser seu amado, mas ele não virá porque morreu na guerra. Do mesmo modo como explicar a mãe que seu lindo menino de olhos azuis que o passar do tempo vai acentuar os efeitos da paralisia infantil e o moleque vai andar coxo e de braço pendente. Nunca vai andar de bicicleta ou skate.

É o mesmo tempo, dimensão para uns, sofrido para outros, corrido, lento, equacionado por Einstein, esperando uma teoria unificadora que o ajuste, tempo de saudade, de lágrima, de separação, do campo gravitacional, ausente na velocidade da luz e presente no que mais couber.


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