Longevidade
Fernando
Braga
Acabei de
reler um artigo interessante que havia guardado em minha escrivaninha.
Você está
entre aqueles que gostariam de viver apenas até os 80 ou 90 anos, ou atingir
idades mais avançadas, como 150, 200 ou mesmo 1000 anos?
Perguntando
a uma empregada doméstica como fiz, com 42 anos, respondeu que até 80 talvez,
mas não mais do que isto. E isto se tiver a saúde boa. Se for doente, nunca!
Quais os motivos para esta afirmativa? Enfatizou:
— Muito
trabalho! Vida dura! Pouco dinheiro! Muita preocupação com os familiares,
mantê-los, arrumar escola, controlar suas saídas quando são jovens, más
companhias, vícios, transporte difícil, problemas com a saúde, atendimento
precário em hospitais, as mesmas queixas do povão brasileiro.
— E
seu marido? O que ele pensaria?
— Tenho
quase certeza, que o mesmo que eu!
Perguntei
ainda a ela:
—E eu?
Qual seria minha resposta?
— O sr. já
tem um pouco mais de 80! Certamente iria querer viver até os 100!
— E até os
200?
— Aí é
coisa sua. Não posso saber!
Creio que
a mesma resposta teria daqueles, de classes menos privilegiadas.
Os mais
protegidos, da classe média para cima, com bom emprego, vidas menos
sacrificadas, boa saúde, gostariam de chegar aos 80 e até, muito mais!
Mas,
não acreditam na possibilidade de atingirem dois séculos!
Na
realidade, as coisas estão evoluindo muito bem neste sentido.
Recentemente
um cientista, Aubrey de Grey defendeu a tese de que as pessoas poderão viver
até 1000 anos! Mil! Enfatiza que a velhice é uma doença, como outra qualquer!
Uma infecção grave! Um câncer! E mesmo um AVC. Que poderão ser curadas ou
melhor eliminadas!
Com o
grande desenvolvimento que a ciência vem apresentando, em no máximo 20 anos,
isto será possível.
Um dos
fatores responsáveis se refere ao melhor conhecimento do Genoma Humano.
Crick
e colaboradores descobriram a presença do cromossoma, com sua forma em dupla
hélice que contém inumerável quantidade de Genes, responsáveis por todas as
nossas características física e mentais e também pelo futuro de nossas vidas.
Receberam o Prêmio Nobel em 1956. Crick, em 2006, ainda
vivo, na comemoração dos 50 anos deste prêmio, recebeu como presente o estudo
de seu próprio genoma, que demorou mais de dois anos para ser elaborado e
milhões de dólares gastos.
Hoje estes
genomas, completos, feitos mais regularmente nos EEUU e também na China, custam
em torno de 10 mil dólares e dentro de 5 anos, não custarão mais do que apenas
mil e feito em qualquer país. No Brasil já se faz um genoma, mas não completo.
Assim, todos, ou a maioria das pessoas poderá ter em mãos o seu próprio genoma,
com a possibilidade de saber sobre sua saúde, mesmo futura.
Já em
grande desenvolvimento está a chamada Terapia Genética, que virá corrigir os
Gens defeituosos, lesivos, presentes. Assim, doenças tumorais, degenerativas,
malformações graves, poderão ser evitadas e curadas.
Ao mesmo
tempo, o grande desenvolvimento no estudo das chamadas Células Tronco, ainda
pouco aplicado, completará esta epopeia. Células ectodérmicas, mesodérmicas e
endodérmicas, embrionárias, poderão ser produzidas especificamente para cada
caso, completando o benefício esperado na Medicina. O sistema nervoso, o
cérebro, medula, tem o seu desenvolvimento embrionário, fetal, a partir de
células ectodérmicas, que formam também a nossa pele. Para a correção de
doenças do sistema nervoso, as células tronco a serem usadas serão as
ectodérmicas. Todas as doenças presentes ou que vão desenvolver, poderão ser
evitadas ou corrigidas com a administração destas células.
É
conhecida a chamada Apoptose, ou morte celular programada. Cada célula de nosso
organismo foi criada para durar certo tempo, assim como o ser humano que hoje,
tem sobrevida média, de um pouco menos ou pouco mais de 80 anos.
Com o uso
das células tronco a apoptose poderá ser controlada por uma substituição
precoce, quando as células dos diferentes órgãos começam a envelhecer. Por
exemplo, células da pele que duram em média 10 dias, após uns 7, já são
substituídas pelas células tronco injetadas.
Dizem
que após os 50 anos, ou um pouco mais, começamos a perder entre 50 a 100.000
células do nosso sistema nervoso, diariamente. Temos cerca de 100
bilhões. Frente a uma
arterioeslerose cerebral, um Alzheimer, uma moléstia de Pick, é evidente que
esta perda atinge níveis bem maiores. Pois bem, as células tronco ectodérmicas,
injetadas nestes organismos, para lá se encaminharão e substituirão os
neurônios em vias de desaparecimento. Não é uma maravilha!
Em 20
anos, tudo isto estará à nossa disposição, para atingirmos pelo menos os 150
anos. Por enquanto está muito bom. Os 1000 anos, deixa para depois!
Um
conselho. Aqueles próximos aos 50 anos, procurem se conservar muito bem,
preservando seus corpos, parte física, o peso, alimentação rica e pouca,
exercícios físicos, sono repousante, evitando sol em demasia. Aproveitem sua
família, façam muito amigos, usem suas cabeças, escutem boa música, leiam
bastante, deixem um pouco a TV, o Celular e certamente, chegarão breve aos 150
anos!
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