A
REVOLTA DO AÇO
Oswaldo
Romano
O
Brasil que observamos há tanto tempo, sempre, mesmo quando anuncia progresso, o
faz porque é o provedor de matéria prima e insumos para o exterior,
principalmente à China e aos Estados Unidos. Eles nos prendem com produtos da
agricultura, comprando em grande escala nossa soja, o café, laranja e carne.
Meu patriotismo vilipendiado, vê nossos
minérios sustentando a indústria deles. Devolvem manufaturados. Contêineres
quase sempre com penduricalhos, ou produtos que nossa indústria teria plena
capacidade de produzir.
É necessário compartilhar produtos, sim,
mas trocar um cobiçado insumo por uma varinha de pesca é como que vendêssemos
também o berro do boi.
Na última década assistimos
pequena mudança nesse panorama.
Vagões que embarcavam o minério de
ferro, hoje passam brilhando com fantásticas placas e bobinas de
aço semiacabado ou alumínio.
Tomamos
o caminho da industrialização. Vislumbramos com o selo Made in Brasil.
Dizem, com razão: – as grandes
indústrias não são daqui. É verdade. Mas a mão de obra, é. Nos sobra ainda o
aprendizado.
Vem agora o governo dos EEUU cravar um
alto imposto no aço que a duras penas conseguimos bobinar, exportando o
excesso.
Será que Trump sabe que grande
quantidade do carvão coque utilizado nos altos fornos, vem de suas próprias
minas?
É quebrar as pernas de quem tanto lutou.
Mas nem tudo está perdido. O tranco que
nosso principal importador nos dá abre um espaço para, nesse tropeção,
encontrar o caminho para nossa industrialização.
Daremos
trabalho aos doze milhões que estão desempregados! Talvez seja o mal que vem
para o bem. Vamos produzir peças aqui mesmo, e não os alimentar para em
seguida, reafirmo, devolverem nosso aço a preço de ouro dentro de contêineres
de quinquilharias.
OSWALDO ROMANO É ARTICULISTA
ESCREVE TODAS AS TERÇAS FEIRAS
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