A disputa dos malandros - Fernando Braga


A disputa dos malandros
Fernando Braga

Um revólver disputado
Por dois malandros safados
Dois perversos assaltantes,
Lá do morro dos Veados

A amizade era grande,
Em convivência eficaz,
Sempre juntos nas procelas,
E sempre com muita paz.

Uma arma  conseguiram,
De um guarda atropelado.
Quem ficaria o dono,
Do objeto encontrado?

Para a praia foram juntos,
Apreciando o berrante,
Agora na mão de Mulato,
O temido assaltante.

Uma ansiedade crescente,
Foi surgindo entre os dois,
Quem ficaria o dono,
Daquela arma depois?
        
O universo conspirava,
Com a amizade de fato,
Uma vingança surgindo,
Das mãos de Chico Mulato.

Divino viu-se em apuros,
Quando um estampido soou,
O casamento de ideias,
Sonho dos dois acabou.

Era a lei do tudo ou nada,
Do tiro Branquelo escapou,
Deixando a cumplicidade,
Um belo golpe aplicou.

Era um mestre em capoeira,
O rei do rabo de arraia,
Quando acertou o Mulato,
Foi longe a arma na praia.

Partiram então para a briga
Até ficarem cansados,
Sem vencedor na contenda,
Olharam para os lados.

Viram muitos curiosos,
Sentados junto às rampas,
Vendo a briga dos malandros,
E se divertindo às pampas.

Mulato correu em busca,
Da arma longe atirada,
E com Divino assaltaram,
Curiosos da calçada.

Começando a limpa fácil,
Não percebem um camburão,
Que ao ver gente correndo,
Imaginam a situação.

Descem guardas bem armados,
Que envolvem os bandidos,
Que por uma disputa de arma,
Acabam sendo detidos.


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