DE
PARAQUEDAS NÃO TEM ERRO
Oswaldo U. Lopes
Pois
é D. Maria Amélia, é hoje. Vamos dar um lindo passeio a Boituva e... Saltar de
paraquedas. Não arregale os olhos, gente mais velha do que nós já saltou. De
fato a gente não salta, é empurrado.
Não, “Deus me livre” desta vez não
vai salvá-la.
A sensação é incrível.
Coragem, a gente só precisa para entrar no avião. De fato quem faz o salto é o
instrutor, o estreante vai na frente dele numa espécie de traje duplo que está
umbilicalmente preso no dele. É ele quem abre o paraquedas e controla a
descida.
Essa história de saltar
de fralda é pura intriga dos covardes de plantão. Como eu expliquei precisa de
coragem só para entrar no avião porque como a gente está na frente, se não
entrarmos primeiro o instrutor não entra. É verdade, como o avião espera de
motor ligado tem um ventinho vindo lá da frente que é brabo, mas os cabelos não
esvoaçam porque estão presos no capacete que também impede de ouvir o ruído
muito alto. Tem óculos especiais, então
o ventinho não pega ai também.
Na hora de saltar o
instrutor coloca a gente na porta e quando o piloto acende a luz verde avisando
que atingimos a altura ideal, ele dá um leve empurrãozinho e, per la Madona...
Queda livre. É o momento do êxtase. Cruz Credo... Como eu faço para escapar
desta. Saída só para baixo, o avião refúgio tão seguro (dá para acreditar) já
vai longe, em atitude e altitude e, é
melhor não olhar muito para baixo, pelo menos é o que recomendam. Olhai os
lírios do campo, o horizonte tão distante e parecendo pequeno, as pequenas
nuvens que parecem criancinhas brincando neste céu de brigadeiro. Os covardes
dizem que se olhar muito para baixo além de ter uma aula rápida e prática de
campo gravitacional (9,8m/s2 ou 35,28km/h há cada sec.), vai sentir
falta da fralda que deixou no vestiário. Em quatro segundos a velocidade pode
passar de 100 km/hora e lá não tem acostamento. Se a gente olha ao derredor a
sensação de paz é fantástica, enorme, indescritível!
Ai, quando a gente
menos espera sente aquele puxão para cima do paraquedas se abrindo. De fato não
é para cima, mas cai-se numa velocidade tão espantosa que a abertura do
paraquedas se assemelha a um freio de mão subitamente acionado. A partir dai o
pouso é sereno e a gente pode olhar para onde quiser que não mais sente vertigens
ou algo parecido. Com os modernos equipamentos o pouso é incrivelmente suave e
espantoso, no lugar desejado, sem tirar nem por sequer um metro.
O bom dessa conversa é
que já estamos praticamente dentro do aeroclube de Boituva. Cuidado D. Maria
Amélia! Não salte do carro em movimento, vai acabar se machucando mais do que
saltando de paraquedas. Guarde sua coragem para usar na hora certa e não a
gaste para saltar do carro em marcha. Se tem destemor e loucura para isso, é certo que vai poder saltar bonito
e sem fraldas.
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