PARA VIVER UM GRANDE AMOR
Oswaldo U.
Lopes
Como seria um grande amor que todos
anseiam por viver? Só seria bem grande se fosse triste como queria Vinicius? Ou
seria amor de amar como se aquela vez fosse a última, como entoou Chico
Buarque! De que seria feito esse amor que todos nós gostaríamos de viver?
Poderia ser o amor imenso e trágico de
Pedro por Inês e estamos a falar de D. Pedro
I de Portugal e de Inês de Castro. Um amor tão extremo e denso que atravessou a
morte. Afinal Inês de Castro é conhecida porque, depois de morta foi rainha e
como tal coroada e honrada.
Fernando e
Sonia conheceram-se quase nas fraldas. Como era costume naquele tempo ele
estudava num colégio só de meninos e ela num só de meninas. É, prezado leitor, essas
coisas aconteciam e existiam num tempo não muito distante. Fazia parte do
contexto, alguém para segurar vela e pais muito zelosos conferindo parentes e
adjacentes. Se alguém era filho de pais separados a coisa podia até emperrar.
Nada
abalou Fernando e Sonia, sempre unidos e felizes, casaram-se tiveram um início,
talvez difícil, mas sempre juntos. Tiveram cinco filhos e uma vida movimentada.
Passaram um tempo na Alemanha onde ele realizou estudos que muito lhe valeram.
Embora advogado de formação, tornou-se um senhor administrador de empresas.
Sucesso e mais sucesso, dinheiro e mais dinheiro. Não gostavam de badalação nem
de aparecer muito, discretos era a palavra certa para descrevê-los. Quem tem
mais filhos sempre tem a oportunidade de viver múltiplas vidas e acompanhar uma
diversidade que encanta. Foi o que fizeram. Chegaram a netos e bisnetos.
Nunca se
ouviu falar de casos, possíveis traições e escapadas. Era um para o outro desde
lá atrás até onde a vista podia alcançar, na frente. Bastavam-se um ao outro,
mas com evidentes sinais de afeto e carinho.
Era um
grande amor que nunca foi triste, nem foi último, bastou-se a si mesmo e não
morreu no caminho. Tinha-se que ver para crer. Não é curioso espantado leitor?
Esse amor existe e é possível, o amor de duas pessoas que se conheceram muito
cedo e se bastara, não necessitando muitas experiências nem múltiplos parceiros
para existir.
Regra ou
exceção? Caso comum ou extraordinário? Cada um de nós é senhor da resposta.
Isso acontece com frequência a nossa volta e nós não reparamos, ou não é bem
assim, talvez um ou outro, mas no conjunto os amores que vemos são esporádicos
e o que mais se vê é a acomodação e certo aborrecimento...
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