Entendendo Sheldon - Carlos Cedano



ENTENDENDO SHELDON
Carlos Cedano

Vocês já sacaram porque Sheldon tem essa personalidade mal disfarçada de cínico, lógico, altamente intelectual e calculista? Suas respostas às perguntas que lhe são feitas são engenhosas embora nem sempre tenham compromisso com a realidade. Ele também as usa para humilhar a quem ouse replicar ou contrariá-lo.
O curioso é que quando pequeno e até os dez anos de idade, era um menino tímido que pouco falava e pouco saia de casa, não tinha amigos, e os que se aproximavam dele, em pouco tempo o abandonavam. Era um chato de galocha!
Essa incapacidade de relacionamento e falta de loquacidade começavam preocupar dona Hellen Silverstone, sua mãe, psicanalista de orientação freudiana, com muita fama, de personalidade forte e acostumada a impor seus argumentos. Suspeita-se que é o tipo de pessoa que costuma “crucificar” intelectualmente os filhos. Coitado então do Sheldon que era filho único!
E o pai, cadê o pai dele? Homem tranquilo e sem muito brilho intelectual embora um bom analista de sistemas, adorava seu filho e mantinha com ele uma ligação de muito carinho, mas a mãe controlava o relacionamento deles achando sempre algum defeito nele. O pai tremia quando conversava com dona Hellen e perdia toda sua capacidade de argumentação. Ninguém entendia como ele suportava essa situação, já estavam casados há seis anos, era muito tempo para conviver com esse tipo de mulher, uma verdadeira megera!
Mas não há mal que perdure cem anos nem corpo que o resista! Um belo dia correu a noticia de que o marido tinha fugido com a secretária da própria dona Hellen, que também era humilhada por ela. Essa é uma união condenada a infelicidade, disse a esposa abandonada, exibindo certeza sobre sua premonição.
Quando Sheldon fez dez anos ele se fechou ainda mais e a mãe o levou pra tratamento terapêutico com profissional da sua mesma orientação. Achava que seu filho sofria de um profundo trauma causado pelo abandono do pai! Dona Hellen tinha certeza que Selton superaria o trauma.
De fato, a medida que o tratamento avançava, Sheldon começou a falar cada vez mais rápido utilizando obsessivamente o “enorme arsenal” de informações que lhe propiciavam os estudos universitários. Argumenta e responde as perguntas sempre “revestidas” de sua agressividade verbal!

Quem sofre agora é a mãe de Sheldon. Ela trata o psicoterapeuta que   “curou” seu filho e que sofre de uma depressão profunda devido a um trauma que ela nem imagina qual poderia ser a causa!

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