SE TE
VI
Mario Augusto Machado Pinto.
O hotel é o SE TE VI, assim, pra gerar
comentários. Bem antigo, em Pederneira, alemão de origem. A construção tem o conforto
atual que amamos usufruir. Cada hóspede é tratado como se fora cortesão de um reino ali instalado.
Vimos, aqui há muitos anos.
Edificado em local privilegiado, permite o melhor visual proporcionado por paisagens
deslumbrantes de cores como que jorrando de cornucópias em todas as
direções. O pôr-do-sol nas montanhas é digno de um Matisse. À noite, a lua
cheia brilha iluminando o caminho do ET à procura do São Jorge lutando com o
dragão. É diferente. Ótimo! Relaxante.
Mal chegamos e já estou no bar com meus cunhados,
sempre alegres, cantando, contando piadas e rindo. Eles são uns gozadores de
marca. É a turma do SER VENTRE SEMPRE
LIVRE. Eu policio as brincadeiras recheadas com humor nada conservador, mas
não agressivo, porém rico e generoso que a todos conquista.
Sem nada a fazer, estamos jogando conversa
fora, inventando coisas e provocando o pessoal.
Lorico quis saber do recepcionista Jacinto
Leite quem fundou o hotel. Só podia ser ele, o fuxiqueiro da turma, a perguntar
isso. Não tendo resposta, procurou outro
possível informante.
-Vem cá Brito. Quem foi?
- Foi
o Bona. Parte dele e uma parcela do Le, o Pardo.
- Pardo?
- É
que ele era moreno.
- Tá. Obrigado
Depois de batidas e trombadas a conversa segue mais jocosa.
Notamos a falta do Armando “Boa Pinta”, o gozador mór.
- O Capitão, sumiu?
- Tá
fazendo suco de pitanga.
- E o Porcão, donde tá?
- Tá
no quarto traseiro, informou o Barbosa.
- Fazendo o quê?
-
Arrumando e
servindo o Muu, respondeu rindo.
- O Muu? Servindo o quê?
- O Porcão
tá servindo o Muu que faz ceninha, pois além de ter comido um frango, tinha um pato
e um ganso de reserva.
- Barbaridade! O MUU vai comer tudo isso?
- Já
comeu. Foi petisco! respondeu
gargalhando.
Concordamos: Impagável.
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