AMOR BESTA - Oswaldo Lopes



AMOR BESTA
Oswaldo Lopes

        Arredio. Circunspeto. Ensimesmado. Fechado. Introspectivo. Enfim um homem que, embora de feições simpáticas, se comunicava mal, muito mal!

        Ela uma moça jovem. Bonita! Charmosa! Alegre! Exuberante! Enfim, uma mulher com toda graça que a mulher pode ter, e tem.

        Ele passava e ela na janela. Que estará ela pensando? Me viu passar? Notou que existo? Preciso falar com ela, mas não consigo.

        Aquilo parecia não ter fim. Pelo menos para ele que continuava arredio, fechado, cara amarrada. Ela era jovem e tinha outros interesses, por exemplo, o novo e jovem juiz da cidade, galante, simpático e falador.

        Não deu outra! Namorou o juiz e noivou. Uma bonita festa de noivado. A cidade toda estava lá, inclusive o arredio.

        Só que ele carregava um 38 cano curto (desses que a gente em filme noir) e foi direto ao assunto:

        Aproximou-se do casal e disparou a queima-roupa, matando os dois!


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