Espelho , espelho meu....
Flávia
Smith
Certamente
todos vocês já se depararam com os mais diversos tipos de espelhos: ovais num banheiro de estrada, bisotados num
restaurante elegante, minimalista numa discoteca descontraída, infinitamente
horizontais em toilettes de clubes, e
assim vão desfilando formas, tamanhos , molduras, estilos, mas todos com a
missão de refletir a imagem de quem por
eles passa.
Um
dia, fiquei observando, enquanto lavava as mãos num dos tantos
“reservados femininos”, a disputa insana frente a este acessório indispensável
para o universo das “damas”: rechonchudas, anoréxicas, esguias , atarracadas,
desengonçadas, graciosas, umas fazendo
bocas, outras levando o cabelo de cá para lá, espichando o corpo, a
blusa, a saia, para projetar uma imagem
mais esbelta, mas todas querendo se
sentir belas.
Comecei
a fantasiar, e vi o espelho se retorcendo
e rindo sorrateiramente, como se fosse aquele espelho côncavo e convexo dos
parques de diversões distorcendo as figuras refletidas, e repentinamente os olhos fascinados
esbugalharam-se medindo em pânico a silhueta, frente trás, verso
novamente verso, trás , frente e o espelho
achando muita graça desta sua nova rotina ponderava que sim a vaidade é algo inerente ao
ser humano e desejável, mas que estava
cansado de sentir que ela ia dia a dia superando a própria pessoa.
Sequei
as mãos, dei uma piscadinha para o espelho e sai... Mas, não sem antes dar uma
rápida e boa olhadela no meu reflexo!
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