DESILUSÃO
Oswaldo
U. Lopes
Desilusão,
desilusão
Danço
eu, dança você...
Eta! Freud de novo, não conseguia seguir
com a música. Lembrava das primeiras palavras e de Paulinho da Viola.
Qual fora a desilusão? Ou quais foram, a
gente carrega tantas que fica difícil saber qual era a tal que gritava no
inconsciente ou seria no hipocampo.
Voltou a atenção para a estrada, ainda
tinha de percorrer uma longa distância e aquela música não era a melhor
companheira, mas também não conseguia livrar-se dela.
Desilusão,
desilusão...
Fora algo que lera no jornal de manhã?
Acho que não, se fosse pelo jornal ia ter desilusão todo dia e se juntar o
noticiário da TV, também toda à noite.
Era algo mais antigo, mais penetrante.
Saudade... Era isso, saudade, mas de quem? Quando?
O pensamento voou e foi parar no jardim
da Faculdade. Passeando com Lucíola de mãos dadas, felizes pairando no etéreo,
volando.
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão...
Havia um baile, uma dança de solidão, um
rompimento, um fim e mais não conseguia distinguir. A distância no tempo
tornava tudo meio obscuro.
Só via Lucíola, a desilusão e a música, por
quê? Por que Lucíola de repente? Como é Freud, vai explicar ou não?
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